Diana ajeitou a saia do uniforme no banco duro da sala de aula. A professora de matemática escrevia fórmulas no quadro, o giz chiando, a poeira branca grudando na manga da blusa. Ela copiava tudo com letra perfeita, margens alinhadas, números sem borrão. A caneta azul marcava o caderno como se fosse prova.
No boletim, as notas sempre vinham altas. O problema é que ninguém celebrava. “É o mínimo”, o pai dizia, sem olhar para ela, o jornal aberto à frente. A mãe balançava a cabeça: “Continue assim, sem dar trabalho”. E pronto.
Ayla, mesmo com notas medianas, era o centro. Sempre havia drama, bronca, discussão. Diana ficava calada. Perfeição silenciosa. Invisível.
Na adolescência, a regra era clara: estar impecável. O cabelo liso sem frizz, postura ereta, sorriso discreto. Falar baixo, obedecer sem perguntar. Diana treinava frente ao espelho, tentando ser aquilo que imaginava que esperavam. Não funcionava. A sensação era de correr numa esteira: esforço sem avanço.
No quarto, sentada à