A manhã começou com o som suave da chuva batendo no telhado.
Era o tipo de chuva que não incomodava — só pedia silêncio e calma.
Mila levantou devagar, vestiu um moletom velho e foi até a cozinha.
Blerim já estava lá, mexendo a panela com a familiar expressão de quem levava a sério até a tarefa mais simples.
— Bom dia — disse ela, apoiando o queixo no ombro dele.
— Bom dia, escritora. — Ele virou o rosto e beijou sua têmpora. — Dormiu bem?
— Dormi. — Ela respirou fundo. — É impossível não dormir bem aqui.
— Eu penso o mesmo.
Sentaram-se juntos pra tomar café, ouvindo a chuva preencher cada fresta da casa.
Era uma música discreta que só eles entendiam.
Depois do café, Mila se instalou na mesa perto da janela com o notebook e uma caneca de chá.
Blerim, por sua vez, foi pro depósito — ou, como ele começara a chamar, a oficina.
— Se você não me chamar até o almoço, eu vou esquecer da hora — avisou ele, antes de sair.
— Eu também — respondeu ela. — Então que a gente se perca juntos.
Ele so