O sol já se despedia quando o telefone de Rose vibrou sobre a mesa da sala.
Ela estava sentada ao piano da mansão, os dedos passeando distraídos pelas teclas — não tocava nada em especial, apenas deixava o som preencher o silêncio que Pedro deixara ao sair para o escritório.
Era um daqueles fins de tarde tranquilos demais para o mundo ser confiável.
O nome que piscava na tela fez seu coração acelerar: Delegado Henrique.
Rose atendeu de imediato, a voz firme, mas o instinto já em alerta.
— Henrique, boa tarde.
— Rose… — a voz dele vinha tensa, mais grave que o normal. — Precisamos conversar.
— O que aconteceu?
Do outro lado da linha, um breve silêncio — desses que já carregam notícia ruim.
— Lembra do caso Della Ross? Do assaltante que o Will enfrentou… o que você colocou no hospital?
Rose ficou imóvel. A mão apertou o telefone. — Lembro. O que tem ele?
Henrique respirou fundo. — Ele fugiu.
As palavras ecoaram como um tiro dentro da cabeça dela.
— Como assim, fugiu?
— Ontem à noite. Do