O quarto da maternidade estava uma mistura de paraíso e zona de guerra.
Flores por todos os lados, balões com letras douradas flutuando perto do teto e uma pilha de presentes ocupando metade do sofá.
O cheiro de perfume, álcool 70 e café se misturava no ar.
Rose tentava descansar, mas a cada cinco minutos alguém abria a porta com o mesmo entusiasmo de quem invade um show.
— Posso entrar? — gritou Liz antes mesmo de esperar resposta.
— Já entrou. — respondeu Rose, rindo, os olhos semicerrados de cansaço.
Liz entrou com Milla no colo, agora com um ano, gordinha, bochechas rosadas e um vocabulário limitado a “mamá”, “não” e “Pedro”.
Assim que viu o berço duplo, Milla apontou e anunciou em tom de descoberta científica:
— Bebê!
— Dois bebês, amor. — corrigiu Liz, sorrindo. — Olha os priminhos!
Rose sorriu, a voz doce: — Vem ver, Milla. Esse é o Gabriel, e essa é a Isabel.
A menininha se aproximou com cuidado, tocou a beiradinha da coberta e murmurou algo que ninguém entendeu, mas que soou