A casa já não era a mesma.
O silêncio antigo tinha virado música, martelo e risada — o som de um lar sendo preparado pra dois corações que ainda nem tinham chegado, mas já mandavam em tudo.
Caixas de móveis infantis tomavam a sala, e o aroma de tinta nova dominava o ar.
Rose, de vestido leve e a barriga redonda de seis meses, tentava convencer Pedro de que ainda podia andar sem escolta.
— Pedro, por favor, são três degraus. — disse ela, segurando o corrimão. — Eu não tô escalando uma montanha.
— Pra mim já é o Everest. — respondeu ele, firme, o olhar de quem enfrentaria uma guerra por menos.
Rose revirou os olhos. — Você virou o segurança da grávida?
— Da minha esposa e dos meus dois filhos. — corrigiu, erguendo o queixo. — Função vitalícia.
Liz apareceu no corredor, rindo com uma caixa nas mãos. — E pensar que há um ano era você quem controlava a segurança dele. Agora ele virou o cão de guarda oficial.
— Não é engraçado. — respondeu Rose, mas o sorriso entregava. — Ele me segue até o