O carro parou bruscamente em frente ao hospital.
Pedro saltou do banco como se o asfalto estivesse em chamas.
Rose, por outro lado, abriu a porta com a calma de quem estava indo fazer compras.
— Anda, amor! — ele gritou, apavorado, correndo até o lado dela. — Já chamei a médica, a equipe, o segurança, o elevador, o porteiro…
— Chamou o Papa também? — perguntou ela, sorrindo, enquanto ele a ajudava a descer.
— Se eu tivesse o número, já tava na linha.
Rose riu e segurou firme a mão dele. — Pedro, calma. Ainda dá tempo.
— Tempo? — ele arfou. — A bolsa estourou há três horas! Três! Isso é praticamente o século passado!
A enfermeira na recepção os viu chegando e sorriu, como quem reconhece um casal que já tinha virado lenda por ali.
— Senhor e senhora Nascer! Tudo pronto, a doutora já está no centro obstétrico.
Pedro assentiu rápido demais. — Ótimo, ótimo. Eu trouxe as malas, os exames, a garrafa d’água, o cobertor, o…
— Pedro. — Rose o interrompeu. — O cérebro. Você esqueceu o cérebro.
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