A chuva caía fina lá fora, tocando o vidro com um som ritmado, quase hipnótico.
Dentro da mansão, tudo estava quieto — o tipo de silêncio que só aparece quando o mundo decide respirar em paz.
Rose estava no quarto de Pedro, sentada na poltrona perto da janela, com as pernas encolhidas e um livro aberto que ela fingia ler.
Pedro, no sofá, revisava alguns documentos com a cara concentrada e o cabelo meio bagunçado.
Fazia três meses que tinham voltado da viagem.
Três meses em que a casa voltara à rotina… ou quase.
Sophia havia surtado na primeira semana, e a governanta — sua mãe — precisou intervir.
Pedro não comentou o assunto de novo, apenas reforçou que o tempo dela na casa estava contado.
Desde então, a paz reinava… uma paz estranhamente nova para ambos.
Rose observou Pedro por um instante.
Ele usava uma camisa preta dobrada até o antebraço, o rosto iluminado pela luz amarelada do abajur.
Não parecia o mesmo homem que ela conheceu.
Estava mais leve — não sem fantasmas, mas disposto a