Estela

O corredor do hospital estava especialmente iluminado naquela manhã. Talvez fosse só a claridade entrando pelas janelas, ou talvez fosse o brilho nos meus olhos. Um brilho de alívio. De missão cumprida.

O último carimbo. A última ficha. O último paciente.

Fechei o jaleco com as mãos trêmulas e respirei fundo.

Quatro meses.

Quatro meses de plantões, aprendizado, desafios.

E agora… fim.

Quando saí da ala, fui recebida com palmas e gritos da pequena equipe que acompanhou minha jornada. Balões presos na parede. Um bolinho improvisado. E, no meio de todos eles, ele.

Guilherme.

De jaleco, com uma flor escondida atrás das costas e um sorriso tão grande que parecia não caber no rosto.

— Licença, pessoal… essa formanda tem prioridade comigo hoje. ele falou, abrindo caminho.

Eu ri, os olhos marejados. Ele me puxou para um abraço apertado, longo, cheio de orgulho.

— Parabéns, minha bonequinha. Você conseguiu.

— Eu tô tremendo, Gui… sussurrei contra o peito dele. — Eu consegui mesmo.

— C