Guilherme
A luz da manhã entrava suave pelas frestas da janela, espalhando um brilho dourado sobre nossos corpos ainda entrelaçados. O quarto inteiro carregava o perfume da nossa noite — suor, desejo, amor.
Mas, agora, era só silêncio bom. O tipo de silêncio que acolhe. Que envolve.
Estela estava sobre meu peito, com a mão espalmada no meu abdômen, traçando círculos preguiçosos com a ponta do dedo. Seus cabelos estavam uma bagunça deliciosa, e ela parecia ter saído de um furacão. O furacão que a gente mesmo provocou.
— Tá viva? murmurei, acariciando as costas dela com leveza.
— Sobrevivendo por milagre. respondeu rindo, a voz ainda rouca. — Acho que vou andar torta por uns dois dias.
— Eu posso te carregar. brinquei, beijando sua testa. — Ou chamar um ortopedista de plantão.
Ela ergueu o rosto e me olhou com aquele sorriso bobo de quem ainda não superou o prazer da noite anterior.
— A gente precisa levantar. Quero fazer panquecas. E você prometeu não fugir mais.
— Prometi mesmo. Mas