Rogério
O telefone tocou bem na hora em que eu estava ajeitando o cobertor sobre a Elizabeth.
Ela dormia tão quietinha, tão exausta… e os bebês também. A simples visão deles me aquietava por dentro.
Até o telefone vibrar de novo.
Número desconhecido.
Atendi.
— Doutor Rogério? a voz era firme, séria. Reconheci na hora. O delegado responsável pelo caso.
Meu estômago travou.
— Sou eu, delegado. Aconteceu alguma coisa?
Minha voz saiu tensa demais.
Ele respirou fundo. E esse suspiro… eu já sabia que vinha merda grande.
— Doutor… eu preciso que o senhor se sente.
Meu coração disparou.
— Fala logo.
Houve um silêncio curto, pesado, antes dele dizer a frase que virou meu mundo de cabeça pra baixo:
— A mandante do crime era a Sofia. Ela confessou tudo.
Eu senti minhas pernas fraquejarem. Segurei na beira da cama para não cair.
— Como assim… Sofia? A minha…?
Minha voz falhou.
Meu peito apertou como se faltasse ar.
— Ela confessou que matou sua primeira esposa, a Clarisse… grávida.
Minha visão e