Rogério
Já fazia uma semana desde que viemos para o meu apartamento. Uma semana desde que tirei minha mulher e meus filhos de dentro de um hospital e, mesmo assim, parecia que eu continuava vivendo lá. Todos os dias eu passava algumas horas no corredor frio, perguntando pelos mesmos boletins, esperando pelas mesmas respostas, torcendo para que melhorassem um pouco mais.
Antony não era “só” meu amigo.
Ele era meu irmão de alma.
E vê-lo caído daquela maneira… sangrando… sabendo que salvou a Liz e meus filhos… isso me marcaria pelo resto da vida.
Todas as manhãs, depois de ajudar Liz com Antonela e Dominic, eu deixava um beijo na testa dela e dizia:
— Vou ver o Antony, amor. Qualquer coisa, me liga.
Ela nunca reclamou. Nunca pediu para eu ficar. Pelo contrário sempre apertava minha mão antes de eu sair, como quem dizia: “vai, eu sei que você precisa”.
Rosângela e Camila estavam sendo um apoio gigantesco. As duas praticamente se mudaram para o apartamento.
Rosângela, a melhor amiga da