Age Gap + Gravidez inesperada + Amor proibido + Segredo + Mentira "Eu nunca acreditei em finais felizes até conhecer Gabriel. Ele apareceu na minha vida como uma tempestade inesperada — intenso, caloroso e impossível de ignorar. Entre beijos roubados, promessas sussurradas e noites em que ele me fazia esquecer de tudo, eu comecei a acreditar que o amor verdadeiro existia. Mas Gabriel guarda um segredo. Um segredo que, quando descobri, destruiu o chão sob meus pés. Agora estamos em mundos diferentes, mas o destino é cruelmente irônico: carrego dentro de mim uma parte dele, uma vida que nasceu do nosso amor. Será que Gabriel e eu teremos uma segunda chance? Ou esse amor estava destinado a ser apenas uma lembrança?" 18 +
Leer másMeu nome é Anna, tenho vinte e dois anos, estou na faculdade de administração, mas também cursei secretariado. Sou sozinha, minha mãe faleceu quando eu tinha apenas cinco anos, e então fui morar com uma tia distante. Quando fiz dezoito anos, deixei a casa dela e fui tentar a vida independente, já havia conseguido um emprego em um pequeno escritório que daria para me manter. Moro em São Paulo e aqui é tudo mais difícil, mas não é impossível para quem tentar.
Meu sonho é trabalhar em alguma empresa grande, e estou correndo para conseguir pelo menos um estágio, o que está próximo. Sempre fui uma ótima aluna, me destacando cada vez mais em todas as aulas, por isso, sempre fui indicada pela faculdade para os estágios. E hoje, eu consegui, irei fazer uma entrevista em uma grande empresa. E aqui estou, parada em frente ao grande e imponente prédio, olho para ele e me sinto como uma formiguinha. O edificio era todo de vidro, parecia toca o céu de tão alto. O nome Rodrigues Corporation brilhava em letras prateadas, refletindo a luz do sol da manhã. Comecei a subir os degraus da pequena escada que tinha na porta, ajeitando o blazer azul que pegara emprestado da minha amiga Rafaela, que morava comigo — estava um pouco apertado nos ombros, mas era o que tinha de mais apresentável para a entrevista de emprego que poderia mudar a minha vida.
Com um currículo simples, experiência em pequenos escritórios e muita vontade de trabalhar, eu respirei fundo ao olhar para a imponente construção. Aquela entrevista era minha última chance depois de semanas de negativas.
O hall do prédio parecia um cenário de filme. Tudo era impecavelmente luxuoso: mármore branco, sofás de couro, arranjos de flores exóticas e uma recepção que mais parecia de um hotel cinco estrelas. Caminhei até o balcão, tentando não me sentir deslocada. E falo para a recepcionista que exibe um sorriso automático.
— Bom dia, eu tenho uma entrevista agendada às dez horas — uma mulher alta, com um coque impecável.
— Nome? — perguntou ela, agora com o rosto sério.
— Anna Oliveira.
A mulher digitou algo no computador e fez um gesto para a porta de vidro ao lado.
Agradeci e segui em direção ao elevador, sentindo o coração acelerar. O 27º andar. Provavelmente o andar onde ele estaria — Gabriel Rodrigues, o CEO da empresa.
Ao chegar no andar indicado, fui conduzida até uma sala de espera, onde havia apenas eu ali aguardando. Tudo ali exalava poder e bom gosto. Quadros modernos, paredes com vidro fosco e o aroma suave de café fresco. Mal tive tempo de me acomodar quando uma assistente chamou pelo meu nome.
— Senhorita Anna? O senhor Gabriel poderá vê-la agora.
Senti minhas pernas tremerem por um segundo. Levantei-me, ajustei o blazer e segui para a sala indicada.
O escritório do CEO era ainda mais impressionante do que o prédio. Um espaço amplo, com janelas de vidro do chão ao teto, revelando a vista da cidade inteira. Havia uma mesa de mogno enorme, com alguns papéis perfeitamente organizados, e atrás dela, ele.
Gabriel Rodrigues.
Eu quase perdi o ar quando o viu. Ele era jovem — não mais de trinta e poucos anos — mas tinha uma presença que dominava o ambiente. Cabelos escuros perfeitamente penteados, olhos de um castanho profundo que pareciam ver além do óbvio, e um terno sob medida que deixava claro cada linha de seu corpo atlético.
Ele levantou o olhar do tablet que segurava, e por um instante, nossos olhos se encontraram. Senti algo estranho percorrer meu corpo — um arrepio súbito que não tinha nada a ver com nervosismo.
— Senhorita Oliveira? — Ele falou com uma voz firme, grave, porém com um toque de suavidade.
— Sim… sim, senhor. — Eu quase gaguejei, sentando-me na cadeira à frente da mesa.
— Li seu currículo. Experiência em pequenas empresas e um estágio como assistente administrativa. — Ele fechou o tablet e a encarou. — Por que você acha que está preparada para trabalhar na Rodrigues Corporation?
Respirei fundo e comecei.
Gabriel arqueou uma sobrancelha, curioso.
— Sim. — apertei as mãos no colo. — Não vou mentir, senhor Rodrigues. Eu não venho de uma família rica. Estudo e trabalho desde os dezessete anos. Essa vaga pode ser minha chance de finalmente construir algo sólido.
Por um segundo, o rosto de Gabriel suavizou, como se aquela sinceridade tivesse o surpreendido. Ele se recostou na cadeira, analisando-me com um olhar que me fez estremecer.
— Você é corajosa de falar assim em uma entrevista. A maioria das pessoas mente para impressionar. — Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa. — E sabe de uma coisa, senhorita Oliveira? Eu valorizo a honestidade.
Pisquei, surpresa.
— Gabriel. — Ele corrigiu, com um meio sorriso. — Aqui dentro, somos apenas pessoas que trabalham duro.
Enquanto fazia mais perguntas formais, Eu não conseguia evitar notar cada detalhe dele. A maneira como as mangas do terno moldavam seus braços, o leve sorriso quando eu dizia algo espontâneo, e principalmente os olhos… aqueles olhos castanhos que me observavam como se pudessem decifrar seus pensamentos mais íntimos.
Em certo momento, Gabriel parou de fazer perguntas e simplesmente ficou me olhando, com uma expressão enigmática. Senti o coração acelerar ainda mais.
— Algum problema? — eu perguntou, nervosa.
— Não. — Ele deu um sorriso quase imperceptível. — Apenas… você tem algo diferente. Determinação, talvez.
Desviei o olhar, corando.
— E vai. — Gabriel levantou-se, caminhando até a janela. — A vaga é sua.
Pisquei mais uma vez, confusa.
— Quero você na minha equipe. Começa amanhã. — Ele se virou, e havia algo naquele olhar que era quase… desafiador. — Acha que consegue lidar com isso?
Engoli em seco, mas respondi com firmeza:
— Gabriel. — Ele me corrigiu novamente, com um sorriso.
Quando sai do escritório, meu coração ainda estava disparado. Não era apenas pela vaga, mas pela sensação inexplicável que Gabriel me provocava. Algo perigoso e fascinante.
E, do outro lado da porta, Gabriel ficou olhando para a cidade pela janela, mas a mente dele estava presa em mim que ele acabara de contratar.
Ele não deveria pensar daquele jeito.
Ele tinha um segredo.
Um segredo que, se eu descobrisse, poderia destruir qualquer chance que tivessemos juntos.
O céu daquela manhã estava limpo.O tipo de céu que parece combinar com começos.Theo dormia no bebê-conforto atrás, enquanto Anna falava no celular com Marina.Fingi que estava apenas indo visitar um amigo.Ela não desconfiava de nada.Nem mesmo quando pegamos a estrada.Mas meu coração…O coração batia como se fosse a primeira vez.Ao chegarmos no terreno, pedi que ela descesse de olhos fechados.Ela riu, desconfiada.— Isso é outra pegadinha sua?— Confia em mim.Guiá-la pela mão até a entrada da casa — ou melhor, do que um dia será a casa — foi como caminhar entre tudo o que vivemos.Os primeiros olhares.O reencontro.As brigas.A reconciliação.Theo.Tudo aquilo estava ali, entre os degraus inacabados e as paredes ainda cruas.— Pode abrir os olhos agora.Anna ficou em silêncio.Olhou ao redor.Depois pra mim.— O que é isso, Gabriel?— Nosso lar.— Eu comecei isso sem te contar. Porque queria te dar algo que fosse só nosso.— Sem a pressão da cidade. Sem barulhos. Sem correrias
Os dias têm passado como uma sequência de respiros curtos.Acordo, vejo Theo sorrir, abraço Gabriel, corro para o notebook, retorno ao colo do meu filho, e depois, ao abraço do homem que me reconstruiu.E, mesmo no meio do caos, há paz.Uma paz que vem de saber que estou onde deveria estar.Mas nos últimos dias, um sentimento novo tem me visitado…Vontade de celebrar.De marcar no tempo essa nova fase.De dizer ao mundo — ou talvez só a nós mesmos — que pertencemos um ao outro.Recebi um envelope cor-de-rosa claro, com letras douradas.Era um convite de casamento.E não de qualquer pessoa.Era da Lúcia, uma amiga de infância que não via há anos, mas que acompanhava minha vida pelas redes sociais.“Anna, espero que você possa vir.Vai ser um casamento pequeno, íntimo, ao ar livre.Porque o amor, quando é leve, não precisa de paredes.”Lembrei da gente quando éramos adolescentes.Ela dizia que nunca se casaria — e agora, lá estava.Plena. Assumindo um amor novo.Fiquei ali, com o convit
Com Anna assumindo o novo cargo, a rotina em casa mudou.Não drasticamente — mas de forma significativa.Agora era eu quem levava Theo para os exames.Quem organizava os horários da babá.Quem fazia o mercado e planejava os jantares simples.E tudo isso… me fazia feliz.Porque, mais do que nunca, sentia que estava exatamente onde devia estar.E mais do que isso: que estava pronto para dar a Anna e Theo algo que nenhum de nós teve até agora.Raízes.Enquanto embalava Theo uma tarde, deitado na rede da varanda com ele sobre o peito, tive uma ideia.— Você merece uma casa com jardim, sabia?Ele, claro, não respondeu.Mas seu sono tranquilo foi o que bastou pra mim.Naquela mesma noite, abri o laptop e comecei a pesquisar terrenos.Não mansões.Não coberturas frias.Uma casa.A nossa casa.No dia seguinte, liguei para minha irmã.— Preciso da sua ajuda.— Pra cuidar do Theo?— Não. Pra encontrar o lar perfeito.Ela ficou em silêncio por alguns segundos.— Você tá falando sério?— Totalmen
A volta do fim de semana parecia um portal.De um lado, o paraíso com Gabriel: dias sem pressa, amor sem culpa, toques sem interrupções.Do outro, a realidade: e-mails acumulados, fraldas, mamadas e reuniões.Mas por alguma razão, eu não me sentia sufocada.Não dessa vez.Eu me sentia capaz.Talvez pela primeira vez desde que Theo nasceu.Dois dias depois da volta, recebi um e-mail inesperado de Cláudio, com cópia para o RH da empresa.Título: Proposta interna — confidencial.Cliquei com desconfiança.E fui pega de surpresa.“Anna, sua atuação no projeto piloto impressionou não só a mim, mas também o comitê de inovação.Gostaríamos de oferecer a você o cargo de Diretora de Estratégia Digital.Envolve viagens trimestrais para São Paulo, presença em reuniões internacionais e, sim, mais carga horária.Mas também, mais espaço.Mais liderança.Mais voz.”Meu coração disparou.Diretora.Pouco mais de três meses depois de voltar ao mercado.Mas com viagens.Com pressão.Com horas longe do Th
Fazia tempo que eu não via Anna tão inteira.Ainda cansada, claro. Ainda com noites mal dormidas, olheiras e aquela correria materna que engole os dias.Mas havia um brilho novo nos olhos.Ela voltara a trabalhar — pouco, mas o suficiente para se sentir viva em outro espaço além do colo de Theo.E mesmo com todo o desgaste, eu a via sorrindo mais.E foi então que percebi:nós estávamos prontos.Prontos para dar o próximo passo.Mas antes de qualquer anel ou pedido, eu queria dar a ela algo ainda mais raro:tempo.Esperei ela terminar uma reunião e a convidei para jantar.Em casa mesmo, nada de extravagância.Mas com mesa posta, vinho, música ambiente e Theo alimentado e dormindo.Quando ela apareceu na sala, de moletom e cabelo solto, parou ao ver tudo preparado.— Isso tudo é pra mim?— Claro.Ela riu, emocionada.— O que você quer, Gabriel?— Nada. Só sua companhia.— Isso é um jantar romântico disfarçado de emboscada?— Talvez.Sentamos.Comemos.Conversamos.E quando o prato de so
A vida voltou a ganhar um ritmo.Ainda bagunçado, ainda novo, mas com pequenos respiros de equilíbrio.Theo começava a dormir por mais tempo à noite.Gabriel estava mais presente do que eu podia imaginar.E eu… começava a me reconhecer no espelho novamente.Mas foi exatamente nesse momento de início de calmaria que o passado resolveu bater à porta.De terno caro e sorriso ensaiado.Eu estava saindo de uma rápida consulta com o pediatra quando vi o carro parado na porta do consultório.Reconheci de longe: preto, elegante, discreto.E então ele desceu.Cláudio.Ex-chefe.Ex-pessoa importante na minha carreira antes de eu aceitar o emprego com Gabriel.Não houve abraços.Apenas um sorriso civilizado.— Anna Oliveira. A mulher que sumiu e agora reaparece nas capas de revista como a nova “mamãe do magnata”.Revirei os olhos.— Sempre tão direto, Cláudio.— Sempre tão brilhante, Anna.— Você faz falta.Fomos tomar um café rápido, já que Theo havia dormido no bebê-conforto.— Fiquei sabendo
Último capítulo