Mundo ficciónIniciar sesiónDiminuída, desprezada e abusada de todas as formas imagináveis, Sara foi moldada pelo medo e pelas regras cruéis impostas por sua família da máfia. Tyler, um homem frio e ardiloso, que não hesita em sujar as mãos de sangue quando necessário. Com o coração quebrado por uma desilusão amorosa, ele ainda carrega um sonho: ser pai. Em busca pela genitora perfeita, para gerar seu herdeiro, ele encontra Sara, a candidata perfeita para cumprir com seu plano. Aproveitando-se da fragilidade financeira da família dela, ele a compra, com o único intuito de gerar em seu ventre o filho dele. Mas o que deveria ser apenas mais um casamento arranjado e de fachada dentro da máfia, se transforma em algo inesperado para ambos, um porto seguro, um lugar de proteção, e nesse vínculo improvável, ambos são reconstruídos pelo amor.
Leer más– é ela, ela é perfeita. – disse Tyler, de longe a admirando em meio aos vários convidados daquela festa.
– você foi muito inteligente fazendo essa festa pra encontrar uma genitora para seu herdeiro, mas acho que seria muito mais fácil arrumar uma barriga de aluguel. – disse Patrick, braço direito de Tyler e seu melhor amigo . – não, Patrick, quero que meu herdeiro tenha uma mãe ao lado. — Tyler disso seguro. – ok, mas quem garante que ela aceitaria? que seria uma boa mãe? – Darei meu jeito, ela é perfeita, veja bem as características dela, são parecidas com as minhas, cabelos castanhos, olhos verdes, a criança nascerá com os traços parecidos com os meus. – Patrick balançou a cabeça em negação, aquelas coisas eram comuns dentro da máfia, haviam diversos casamentos arranjados, mas o foco de Tyler não era o casamento, era gerar seu herdeiro, um tão sonhado filho, o casamento seria apenas uma forma de firmar aquele trato, de manter a escolhida presa a ele. – você está cada dia mais sádico. – disse Patrick. – isto não é novidade alguma, quem é ela Patrick? – ele perguntou sem ao menos tirar os olhos dela, enquanto a via brincar com uma garotinha. – Sara Sartori, filha de Donato Sartori… – Será mais fácil do que imaginei, pelo que ouvi falar, a família Sartori está indo à falência, uma boa quantia e ela estará nas minhas mãos, diga a Donato que quero falar com ele. – tem certeza que não quer procurar um pouco mais? — Patrick perguntou, ainda tinha esperança que o amigo desistisse daquela loucura. – não, é ela, Patrick. – ele assentiu, logo em seguida saiu em busca de Donato. Donato seguiu em direção ao escritório de Tyler junto a Patrick, ele estava apreensivo, conhecia bem a má fama de Tyler, um homem que matava sem culpa, que não voltava atrás em sua palavra, que não se arrependia, Donato só conseguia pensar “o que diabos eu fiz?” – Tyler, aqui está ele. – disse Patrick logo após abrir a porta e dar espaço para Donato passar. – Boa noite Tyler, tenho que lhe agradecer pelo convite, a festa está maravilhosa. — disse Donato, ainda um tanto preocupado e Tyler sentia, sentia o cheiro de medo e preocupação, afinal era isso que sua presença sempre causava. – fico feliz que tenha gostado, você veio com toda sua família? – ele perguntou de forma despretensiosa ao mesmo tempo, direta. – sim, com minha esposa e meus filhos gêmeos, Loan e Sara. – bem, vou direto ao ponto. – disse Tyler enquanto preenchia dois copos com whisky, um deles ele entregou a Donato. – quero falar sobre sua filha Sara, quantos anos ela tem? – vinte, não me diga que ela causou algum problema… – nada disso, eu quero sua filha. – Tyler disse em um tom sério. – quer? quer para que? – Donato perguntou um tanto confuso. – não é de hoje que penso em ter herdeiros, mas para isso, preciso de uma mulher, fiz esta festa com o único intuito de encontrar a moça adequada, sua filha é a mulher perfeita. – minha filha…a Sara? – ele questionou, a julgava inútil, desengonçada, não imaginava que algum homem pudesse se atrair por ela, mas não era bem isso, não era atração, não era paixão, apenas um desejo que Tyler queria realizar a todo custo. – sim, qual o problema? — Tyler perguntou, em seguida tomou um gole do Whisky. – não…nenhum, mas tem certeza disso? – sim, quem parece não ter certeza é você, me diga, quanto quer por ela? Sei que sua família não está em boa situação financeira, posso lhe dar um bom dinheiro, alguns milhões. – o que exatamente quer? – um casamento de fachada, onde tudo que ela precisaria fazer seria gerar meus filhos. — disse Tyler de uma vez, não queria prolongar aquilo mais que o necessário. – então ela seria uma espécie de chocadeira? – Tyler franziu a testa, em seguida levantou uma sobrancelha, aquele modo de falar havia sido extremamente pejorativo, apesar de está tentando a comprar, ela era uma pessoa e merecia ao menos um pouco de respeito, mas não foi apenas isso que Tyler estranhou, ele era o pai, como um pai se referia a filha de tal forma? ele apenas revelou e o corrigiu. – seria a mãe de meus filhos, me diga, sua filha é rebelde? – não, é muito obediente. – saudável? – sim. – virgem? é um ponto importante para mim, não quero que a mulher que vai gerar meus filhos tenha passado pela mão de vários homens. – sim, ela é pura, mal coloca os pés fora de casa. – perfeito, mas você não deu uma resposta ainda. – disse Tyler em tom de cobrança. – perdão, foi tão de repente, fiquei extasiado. – entendo, mas como disse, posso ser bem generoso, se quiser posso lhe dar um tempo pra pensar. – não é necessário, eu aceito. – disse ele sem nem ao menos pensar, para ele, aquele era um ótimo negócio, se livraria de alguém que julgava um estorvo e ainda receberia muito dinheiro. – que rápido, parece que esse tipo de acordo não é um problema pra você. – disse Tyler, em seguida tomou mais um gole de whisky. – Bem, Sara já está em boa idade pra casar, e você é um bom partido. – disse ele, visando muito mais do que Tyler pagaria por Sara. – um bom genro. – Tyler sorriu de canto, podia ver a ganância nos olhos dele, aquele era o grande problema da máfia, tudo se podia com dinheiro, mas Tyler não estava reclamando, afinal de contas, iria conseguir o que desejava sem problemas ou grandes preocupações. – então, gostaria de falar com ela agora? – Donato perguntou. – não, não tenho interesse, conte a ela sobre nosso trato, trate de a convencer, não quero problemas com birras ou reclamações. – A conversa ali se estendeu por cerca de uma hora, onde acertaram vários pontos mais para fazer aquele plano funcionar, Donato estava atônito, iria se livrar de suas dívidas sem fazer muito, iria custar a vida de sua filha, mas para ele aquilo não importava, para ele, importante mesmo era apenas Loan, seu primogênito tão desejado, mas que para Donato, por desventura havia vindo acompanhado de Sara, a quem por toda vida diminuíram para não superar o irmão, a moldaram pra ser somente uma sombra, um artigo de decoração, bonita, bem arrumada, mas para eles, sem valor, era apenas algo que tinham que lidar.Tyler foi até o quarto de Sara, em busca dela, precisava saber como estava, ao abrir a porta, tudo que ele viu foi um volume embaixo dos lençóis que abafavam os soluços do choro desesperado, Tyler suspirou, aquele choro era o mais dolorido que já havia escutado em sua vida, cuidadosamente ele se aproximou, segurou o lençol e o puxou, a vendo encolhida, com os olhos fechados, como se temesse abri-los e dar de cara com o ser que havia lhe causado tal dor.– Sara, sou eu. – disse ele, logo em seguida sentou-se na beirada da cama e a abraçou, ela buscando acalento o agarrou forte e se acomodou em seus braços, nos braços da única pessoa que até então havia feito algum ato de proteção.– por favor Tyler, não deixe mais ele chegar perto de mim, se ele chegar vai fazer mais uma vez…por favor não deixe. – ela clamou em meio a lágrimas, – não se preocupe Sara, ele não vai voltar nunca mais, me perdoe por ter deixado isso acontecer, não imaginei que esse maldito teria a capacidade de vir aqui,
No dia seguinte Tyler saiu de casa cedo, tinha coisas a resolver e precisava resolvê-las antes do almoço, pois levaria Julie para almoçar, e depois para comprar um presente para Sara. Tyler buscou Julie na escola, em seguida a levou a um restaurante, ela só falava de Sara, do quanto havia gostado dela, e até sugeriu que qualquer dia saíssem os três juntos, ele não recusou, amava aquela garotinha e jamais a negaria algo. Ao fim do almoço, foram a um shopping que havia ali perto, caminhando pelos corredores, em busca do presente perfeito.– padrinho, acha que consigo comprar algo com minhas três moedas? – ela perguntou o mostrando as moedas em sua pequena mão.– poxa vida, você está pobrinha, no máximo vai conseguir comprar um pirulito. – ele disse em um tom divertido.– tudo bem, vou comprar um pirulito pra Sara, aposto que ela vai gostar muito.– vai mesmo gastar suas moedas com a Sara? – ele perguntou curioso, afinal Julie havia acabado de a conhecer.– sim, eu gosto dela, ela é minh
A conversa entre Tyler e patrick havia mudado de rumo, o anterior só levava tristeza a ele, então começaram a falar sobre a questão da família de Sara, em como Tyler resolveria aquele assunto, mas precisaram interromper pois Sara e Julie surgiram ali, Sara vendo que a conversa havia sido interrompida abruptamente se desculpou.– desculpem ter atrapalhado, mas se formou um temporal e eu precisava entrar com Julie.– tudo bem. – disse Tyler enquanto Julie sentava ao lado dele.– padrinho, estou muito chateada com você.– por que? — ele perguntou sem entender.– você casou e não me convidou para a festa. – Tyler olhou para Sara, que ficou envergonhada e assustada, não sabia se devia ter contado.– pois é, mas foi uma cerimônia bem pequena, só para adultos, não teve nem bolo e docinhos.– que chatura padrinho, isso nem é casamento, você precisa casar direito. – disse a garotinha cruzando os braços e Tyler riu, aquela foi a primeira vez que ela o viu rir.– eu vou para o quarto descansar.
Naquele dia Sara experimentou uma paz que jamais havia experimentado, o silêncio acalmava sua alma, em meio a aquela aparente liberdade, Sara explorou a casa, conhecendo quase todos os cômodos, restou apenas um, uma porta na sala, que parecia um escritório, aquele ela decidiu não entrar, parecia algo mais íntimo, e ela não queria chatear Tyler. Era tarde, Sara estava sentada no jardim, um dos lugares que mais havia gostado naquela casa, Rei estava deitado a seu lado, quieto, lhe acompanhando olhar para o nada, enquanto pensava na vida e buscava acalmar seu interior tão machucado. Tyler em sua casa, estava animado, receberia visita de Julie, filha de Lorence e Patrick, sua afilhada, ele passou pelo portão, ele caminhava apressado na ideia de que ela já havia chegado, em suas mãos, ele levava a boneca que ela havia o pedido, mas então parou ao ver Sara sentada na grama junto a seu cachorro, ele olhou por uns instantes, o silêncio parecia calmo, mas na verdade era tempestuoso, tanto que
Sara dormiu a noite inteira, pela manhã acordou sentindo-se um pouco melhor, ainda tinha muita fadiga em seu corpo, efeito da fraqueza que levaria um tempo para curar. Sara levantou-se, foi até o banheiro, fez sua higiene matinal, em seguida catou uma roupa naquela bagunça, odiava aquelas roupas com todas as suas forças, eram tão apagadas, tão sem cor e principalmente apertadas e desconfortáveis, eram compradas por sua mãe, sempre em um número menor, mas bem, era as únicas que tinha, então era elas que teria de continuar usando. Já pronta, Sara sentiu sua barriga roncar, estava com fome, ao lembrar-se de que já não estava na casa de seus pais, sorriu, iria poder ter uma refeição decente, então logo caminhou em direção a porta, ao abri-la, viu Rei deitado bem em frente a porta, olhando diretamente para a mesma, Sara se assustou, mas ele não lhe fez nada parecia reconhecer os medos, as necessidades dela, então tudo que ele fez foi entrar rapidamente no quarto, subir na cama bagunçada e
Durante toda a tarde, Sara seguiu naquela clínica, recebendo todas as medicações necessárias, ao início da noite ela enfim foi liberada, ainda muito fraca, ela caminhou com ajuda de Tyler até o carro dele, em uma de suas mãos, ele levava as receitas de todas as medicações que teria de fazer uso. Pelo caminho, Tyler parou em uma farmacia e comprou tudo que ela precisava, em seguida retornou ao carro e seguiram em direção a casa dele, o silêncio os envolvia, Sara estava encolhida no banco do carona, ele podia sentir a tensão dela, que pensava que, em qualquer momento ele também a faria mal.– só pra deixar claro, eu não vou te fazer mal, não vou te tocar sem seu consentimento. – ele declarou com os olhos fixos no trânsito, ela o olhou, mas não teve retorno do contato visual.– mas você, você quer…– não desta forma, apenas quando estiver curada, por meio de inseminação artificial. – ela assentiu com a cabeça, parecia menos pior, ainda sim a ideia de gerar um filho de alguém da máfia lhe










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