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Capítulo 4 - Anna e Gabriel

Hoje é o meu terceiro dia na Rodrigues Corporation e ele começou mais movimentado do que os anteriores. Logo ao chegar, Marina estava à minha espera, segurando uma prancheta com um sorriso enigmático.

— Bom dia, novata. Dormiu bem? — Marina perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

— Dormi… na medida do possível. — Respondi, sorrindo de forma tímida, enquanto ligava o computador de minha mesa.

— Prepare-se. Hoje o dia será longo. Gabriel tem reuniões seguidas e pediu para você organizar a agenda pessoal dele.

Congelei por um segundo com a nova informação.

— A agenda… pessoal dele?

— Sim, ele gosta que tudo esteja impecável. — Marina explicou, entregando-me uma pasta com papéis. — Vai ter que revisar desde compromissos com clientes até reservas de viagens. Nosso chefe odeia erros.

Apenas assenti tentando digerir tudo aquilo, e já sentindo a pressão aumentar.

— Pode deixar, vou cuidar de tudo.

Poucos minutos depois, a porta de vidro do escritório dele se abriu. Ele saiu, ajustando os botões do paletó escuro. Ao ver-me concentrada nos papéis, parou por um instante, observando-me silenciosamente.

— Senhorita Oliveira. — Ele me chamou, com aquela voz firme que fazia qualquer um endireitar a postura.

Levantei o olhar dos papéis à minha frente, e por um breve momento, esqueci como se respirava. Gabriel parecia ainda mais imponente com aquele terno perfeitamente alinhado e a gravata azul-escura que contrastava com o tom quente da pele.

— Bom dia… Gabriel. — Tentei corrigir rapidamente, lembrando sempre do pedido dele.

Um leve sorriso curvou seus lábios.

— Está pronta para assumir mais responsabilidades?

— Estou, sim. — Respondi firme, tentando transmitir confiança, embora meu coração estivesse acelerado.

— Ótimo. — Gabriel me entregou uma pasta. — Preciso que revise esses contratos e organize os pontos principais até as quatro da tarde. Vai precisar estar na reunião com o conselho, então esteja preparada.

— Eu? — Arregalei os olhos, surpresa, apontando o dedo para mim mesma.

— Sim. — Ele respondeu com naturalidade. — Quero ver como você se sai sob pressão.

Apenas engoli seco, não tinha como dizer não.

— Tudo bem.

— Confio que dará conta. — Ele disse, com um olhar intenso, antes de me dar as costas e retornar ao seu escritório.

Ao longo da manhã, fiquei absolutamente imersa nos contratos, rabiscando anotações e organizando tópicos importantes. Marina passou por mim algumas vezes, rindo.

— Cuidado, novata. Quando Gabriel coloca alguém à prova, ele observa cada detalhe. — Ela diz quando para perto da minha mesa.

— Ótimo. — Tentei respondi o mais confiantes possível. — Vou dar o meu melhor.

Enquanto eu trabalhava, analisando os relatórios, sentia o olhar de Gabriel sobre mim, me observando, mesmo através do vidro do escritório. Ele parecia me observar com atenção, como se quisesse entender o que passava por minha mente.

Quando eu precisei entrar em sua sala para tirar uma dúvida, o encontro em pé, com as mangas da camisa arregaçadas, revelando antebraços fortes e bronzeados. A visão fez meu coração dar um salto inesperado.

— Com licença Gabriel. — Começo o tirando do conforto que estava instalado naquele momento. — O contrato com a empresa filial… devo destacar essa cláusula sobre exclusividade? — Eu perguntei, tentando ignorar o calor subindo por minhas bochechas, por ter pego ele em um momento tranquilo.

Gabriel se aproximou, retirando o documento de minha mão, nossos dedos roçando uns nos outros, o que virou uma rotina. Ele leu rapidamente, e disse:

— Boa observação. Marque isso, por favor.

— Certo. — Respondi, com a voz mais baixa do que pretendia.

Por um segundo, Gabriel manteve o olhar fixo em mim, como se quisesse dizer algo, mas apenas me devolveu a pasta.

— Continue assim, Anna, estou gostando do seu desempenho. — Disse em tom firme, mas quase suave.

Perto do meio-dia, eu já me preparava para almoçar na copa, como nos dias anteriores, quando Marina apareceu novamente.

— Mudança de planos, novata. Gabriel pediu que você almoce com ele na sala de reuniões.

— O quê? — Arregalei os olhos com aquela informação. — Eu… com ele?

— É trabalho. — Marina respondeu com um sorriso divertido. — Ele vai revisar os contratos e quer que você esteja por perto.

Respirei fundo, tentando me convencer de que não havia nada de estranho nisso. “É só trabalho, é só trabalho…”

Peguei meu almoço e segui para lá. Quando entrei na sala, meu chefe já estava lá, com duas bandejas de almoço impecavelmente organizadas. Ele olhou para mim e me deu um sorriso discreto.

— Espero que não se importe de almoçar enquanto trabalhamos.

— Claro que não. — Respondi, sentando-me à mesa so lado dele.

Enquanto comíamos, Gabriel me questionava sobre os contratos, pedindo minhas opinião sobre alguns pontos. Me surpreendi com o quanto ele parecia valorizar minhas ideias, mesmo eu sendo novata na empresa.

— Você tem um bom olhar para detalhes. — Ele comentou, após uma de suas respostas. — Isso é raro.

— Obrigada. — Eu agradeci, sentindo o coração bater mais rápido ao perceber que ele estava elogiando-me genuinamente.

Às quatro horas, em ponto, eu entrei ao lado de Gabriel na sala de reuniões principal. A mesa oval estava rodeada de homens e mulheres importantes, todos usando ternos caros e com expressões sérias.

Me sentei ao lado do meu chefe, que liderava a reunião com uma confiança impressionante. Sua voz grave preenchia o ambiente, e eu mais uma vez, não conseguia deixar de admirá-lo. Ele parecia estar sempre no controle, sempre um passo à frente.

Em determinado momento, Gabriel se inclinou para mim e me perguntou em voz baixa:

— Qual a sua opinião sobre a proposta deles?

Pisquei, surpresa por ele pedir a minha opinião em meio a tanta gente importante, tentei responder o mais confiante possível.

— Acho que o contrato é favorável, mas há uma cláusula sobre prazos que pode causar problemas no futuro. — Respondi próximo a ele, quase sussurrando.

Gabriel me encarou por um segundo, e então, diante de todos, disse:

— Concordo com a minha assistente. Precisamos revisar esse ponto.

Meu coração quase explodiu. Ele havia me chamado de minha assistente. De repente, senti que minha presença ali fazia sim diferença.

Quando a reunião terminou, Gabriel se levantou e me acompanhou até a saída da sala, dizendo.

— O trabalho hoje foi ótimo. — Ele disse, com aquele olhar firme que parecia atravessar minha alma. — Continue assim, Anna.

— Obrigada, Gabriel. — Respondi, tentando manter o sorriso sob controle e a voz sem titubear.

Naquela noite, quando cheguei em casa, desabei no sofá, estava exausta, o dia foi puxado. Mas, por dentro, sentia uma alegria estranha. Gabriel era exigente, sim, mas também me fazia sentir que tinha valor, e isso era tudo o que eu mais queria, ser reconhecida.

Ali, jogada no sofá, penso no que ele estava fazendo. E ele, em seu mundo, observava o skyline pela janela de seu apartamento luxuoso. Pensando em mim, na sinceridade em meus olhos e na forma como eu parecia alheia ao brilho superficial do mundo dele.

Por mais que tentasse se manter distante, algo nele começava a ceder.

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