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Nos Teus Braços
Nos Teus Braços
Por: Anne Elliot
Capítulo 1 - Anna Oliveira

Meu nome é Anna, tenho vinte e dois anos, estou na faculdade de administração, mas também cursei secretariado. Sou sozinha, minha mãe faleceu quando eu tinha apenas cinco anos, e então fui morar com uma tia distante. Quando fiz dezoito anos, deixei a casa dela e fui tentar a vida independente, já havia conseguido um emprego em um pequeno escritório que daria para me manter. Moro em São Paulo e aqui é tudo mais difícil, mas não é impossível para quem tentar.

Meu sonho é trabalhar em alguma empresa grande, e estou correndo para conseguir pelo menos um estágio, o que está próximo. Sempre fui uma ótima aluna, me destacando cada vez mais em todas as aulas, por isso, sempre fui indicada pela faculdade para os estágios. E hoje, eu consegui, irei fazer uma entrevista em uma grande empresa. E aqui estou, parada em frente ao grande e imponente prédio, olho para ele e me sinto como uma formiguinha. O edificio era todo de vidro, parecia toca o céu de tão alto. O nome Rodrigues Corporation brilhava em letras prateadas, refletindo a luz do sol da manhã. Comecei a subir os degraus da pequena escada que tinha na porta, ajeitando o blazer azul que pegara emprestado da minha amiga Rafaela, que morava comigo — estava um pouco apertado nos ombros, mas era o que tinha de mais apresentável para a entrevista de emprego que poderia mudar a minha vida.

Com um currículo simples, experiência em pequenos escritórios e muita vontade de trabalhar, eu respirei fundo ao olhar para a imponente construção. Aquela entrevista era minha última chance depois de semanas de negativas.

“Você consegue, Ana”, murmurei para mim mesma, apertando nas mãos a pasta com os documentos.

O hall do prédio parecia um cenário de filme. Tudo era impecavelmente luxuoso: mármore branco, sofás de couro, arranjos de flores exóticas e uma recepção que mais parecia de um hotel cinco estrelas. Caminhei até o balcão, tentando não me sentir deslocada. E falo para a recepcionista que exibe um sorriso automático.

— Bom dia, eu tenho uma entrevista agendada às dez horas — uma mulher alta, com um coque impecável.

— Nome? — perguntou ela, agora com o rosto sério.

— Anna Oliveira.

A mulher digitou algo no computador e fez um gesto para a porta de vidro ao lado.

— 27º andar. Elevador à esquerda.

Agradeci e segui em direção ao elevador, sentindo o coração acelerar. O 27º andar. Provavelmente o andar onde ele estaria — Gabriel Rodrigues, o CEO da empresa.

Ao chegar no andar indicado, fui conduzida até uma sala de espera, onde havia apenas eu ali aguardando. Tudo ali exalava poder e bom gosto. Quadros modernos, paredes com vidro fosco e o aroma suave de café fresco. Mal tive tempo de me acomodar quando uma assistente chamou pelo meu nome.

— Senhorita Anna? O senhor Gabriel poderá vê-la agora.

Senti minhas pernas tremerem por um segundo. Levantei-me, ajustei o blazer e segui para a sala indicada.

O escritório do CEO era ainda mais impressionante do que o prédio. Um espaço amplo, com janelas de vidro do chão ao teto, revelando a vista da cidade inteira. Havia uma mesa de mogno enorme, com alguns papéis perfeitamente organizados, e atrás dela, ele.

Gabriel Rodrigues.

Eu quase perdi o ar quando o viu. Ele era jovem — não mais de trinta e poucos anos — mas tinha uma presença que dominava o ambiente. Cabelos escuros perfeitamente penteados, olhos de um castanho profundo que pareciam ver além do óbvio, e um terno sob medida que deixava claro cada linha de seu corpo atlético.

Ele levantou o olhar do tablet que segurava, e por um instante, nossos olhos se encontraram. Senti algo estranho percorrer meu corpo — um arrepio súbito que não tinha nada a ver com nervosismo.

— Senhorita Oliveira? — Ele falou com uma voz firme, grave, porém com um toque de suavidade.

— Sim… sim, senhor. — Eu quase gaguejei, sentando-me na cadeira à frente da mesa.

— Li seu currículo. Experiência em pequenas empresas e um estágio como assistente administrativa. — Ele fechou o tablet e a encarou. — Por que você acha que está preparada para trabalhar na Rodrigues Corporation?

Respirei fundo e comecei.

— Porque eu aprendo rápido, sou uma ótima aluna na faculdade. Eu não tenho medo de desafios e… — hesitei por um segundo, antes de continuar. — …e porque eu preciso dessa oportunidade. 

Gabriel arqueou uma sobrancelha, curioso.

— Precisa?

— Sim. — apertei as mãos no colo. — Não vou mentir, senhor Rodrigues. Eu não venho de uma família rica. Estudo e trabalho desde os dezessete anos. Essa vaga pode ser minha chance de finalmente construir algo sólido.

Por um segundo, o rosto de Gabriel suavizou, como se aquela sinceridade tivesse o surpreendido. Ele se recostou na cadeira, analisando-me com um olhar que me fez estremecer.

— Você é corajosa de falar assim em uma entrevista. A maioria das pessoas mente para impressionar. — Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa. — E sabe de uma coisa, senhorita Oliveira? Eu valorizo a honestidade.

Pisquei, surpresa.

— Obrigada… senhor.

— Gabriel. — Ele corrigiu, com um meio sorriso. — Aqui dentro, somos apenas pessoas que trabalham duro.

Enquanto fazia mais perguntas formais, Eu não conseguia evitar notar cada detalhe dele. A maneira como as mangas do terno moldavam seus braços, o leve sorriso quando eu dizia algo espontâneo, e principalmente os olhos… aqueles olhos castanhos que me observavam como se pudessem decifrar seus pensamentos mais íntimos.

Em certo momento, Gabriel parou de fazer perguntas e simplesmente ficou me olhando, com uma expressão enigmática. Senti o coração acelerar ainda mais.

— Algum problema? — eu perguntou, nervosa.

— Não. — Ele deu um sorriso quase imperceptível. — Apenas… você tem algo diferente. Determinação, talvez.

Desviei o olhar, corando.

— Eu… só quero fazer meu trabalho bem feito.

— E vai. — Gabriel levantou-se, caminhando até a janela. — A vaga é sua.

Pisquei mais uma vez, confusa.

— Como assim? Eu consegui?! --- Indago ainda com dúvidas.

— Quero você na minha equipe. Começa amanhã. — Ele se virou, e havia algo naquele olhar que era quase… desafiador. — Acha que consegue lidar com isso?

Engoli em seco, mas respondi com firmeza:

— Sim, senhor.

— Gabriel. — Ele me corrigiu novamente, com um sorriso.

Quando sai do escritório, meu coração ainda estava disparado. Não era apenas pela vaga, mas pela sensação inexplicável que Gabriel me provocava. Algo perigoso e fascinante.

E, do outro lado da porta, Gabriel ficou olhando para a cidade pela janela, mas a mente dele estava presa em mim que ele acabara de contratar.

Ele não deveria pensar daquele jeito.
Ele tinha um segredo.
Um segredo que, se eu descobrisse, poderia destruir qualquer chance que tivessemos juntos.

 

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