Sophia Scoot sempre viveu à sombra dos traumas e das perdas, aprendendo a sobreviver onde nunca ensinaram a viver. No Quartel General, ela se tornou a mente por trás das operações mais perigosas, mas foi no olhar severo do Major Viktor que descobriu um novo tipo de guerra — aquela travada dentro do peito. Entre operações sigilosas, ameaças do passado, e momentos de pura intensidade, surge um amor forte o suficiente para quebrar armaduras e curar feridas. Mas em um mundo onde o perigo espreita a cada esquina, o amor é a missão mais ousada de todas. E Viktor está pronto para vencê-la — com a mulher que se tornou o centro do seu mundo. Prepare-se para sentir o coração acelerar, suspirar entre cenas de ação e se apaixonar perdidamente por essa história onde lealdade, desejo e redenção caminham lado a lado.
Leer más“Algumas dores não quebram. Elas transformam.”
O refeitório estava mais barulhento que o habitual. Risadas, talheres, passos apressados, o som da televisão ao fundo transmitindo um noticiário abafado. Sophia entrou segurando sua bandeja com o cuidado de sempre — os olhos baixos, os ombros curvados, a presença quase imperceptível.
Passou por algumas mesas. Ninguém a cumprimentou. Ninguém notou.
Como sempre.
Ela se dirigia ao canto mais afastado, onde costumava se sentar sozinha, até que uma explosão de vozes e palmas desviou sua atenção. A cabeça ergueu por instinto — e foi nesse instante que seu mundo parou.
Edward Mason, impecável em seu uniforme, estava de pé ao centro do refeitório. Ao lado dele, Elizabeth Scoot, sua prima, a filha perfeita de Pierre. Médica, altiva, sorrindo como se estivesse no palco de uma premiação.
E então... ele a puxou para um beijo.
Longo. Público. Destruidor.
Sophia ficou imóvel, os olhos arregalados. A bandeja tremeu entre os dedos, mas ela não a soltou. Todos no refeitório viraram-se. Alguns sussurraram. Outros riram. E uma parte — uma parte cruel — apenas observou com desdém.
Edward levantou o queixo com arrogância.
— É com muito orgulho que apresento minha noiva, Elizabeth Scoot — anunciou alto, fazendo questão de projetar a voz. — A mulher que conquistou meu coração.
Houve palmas. Algumas forçadas.
Ela ainda segurava a bandeja. Mas agora, seus olhos estavam vidrados, e o peito subia e descia com rapidez.
No meio dos presentes estavam os pais de Viktor Belmont.
— Isso é uma palhaçada — disse, a voz fervendo. — É esse tipo de comportamento que permitimos dentro de um quartel?
Dr. Elias tentou contê-la, segurando-lhe o braço.
— Calma, amor... não aqui. Não agora.
— Eu vou dar uma lição nesses dois — ela rosnou, mas sentou-se, ainda com o olhar queimando os dois noivos recém-declarados.
Sophia não ouviu nada disso. Seus ouvidos zumbiam. Seus olhos ardiam.
Horas depois, Sophia estava em sua sala, diante de cinco telas com códigos piscando. As mãos tremiam sobre o teclado. Tentava manter a mente ocupada. Trabalho. Entrega. Missão. Isso ela conseguia fazer.
O coração, no entanto, era outra história.
A porta rangeu. Um calafrio subiu pela espinha.
Edward.
— Achei que você viria me parabenizar — disse ele, encostado no batente com um sorriso cruel.
Ela não respondeu. Apenas o encarou. Pela primeira vez sem abaixar a cabeça.
Ele se aproximou devagar, puxando uma cadeira e se sentando diante dela.
— Porque você não é feita pra ser amada. Você é prática. Útil. Como uma ferramenta. Eu te usei, sim. Mas agora tenho alguém à minha altura. E você...
Você volta pro lixo de onde saiu.
Sophia apertou os olhos com força, como quem segura uma explosão. Mas não chorou. Não mais.
Edward levantou-se, satisfeito.
E então saiu, deixando o cheiro da humilhação no ar.
O helicóptero pousou com precisão cirúrgica. A poeira subiu, os soldados afastaram-se. A porta se abriu e desceu o homem que era considerado uma lenda viva, seguido de três figuras que exalavam presença
Major Viktor Belmont
James "Hawk" Connor
Luna "Bee" Green
Mike "Joker" Jordan
Suados, exaustos, mas vitoriosos como sempre.
Viktor tirou a luva tática e a jogou para o lado. Seu olhar era direto.
James estalou os ombros.
— Eu salvei a missão, tá? — Mike rebateu. — Se você tivesse feito o que eu falei, a gente já tava tomando café.
— Eu quase perdi a perna! — James retrucou.
— E continua inteira. Não reclama.
Luna riu, ajeitando o colete.
Viktor caminhava à frente, impassível, mas uma sobrancelha subiu ligeiramente.
— Ainda falta o último nome, né? — perguntou Luna.
Viktor parou.
— Sim. E eu já sei quem é.
"Às vezes, o amor precisa de cúmplices para acontecer."No quartel, nem tudo escapava aos olhos atentos de James, Mike e Luna. Aliás, se existia um trio que sabia farejar um crush não declarado, eram eles.As pistas estavam por toda parte: o café fumegante deixado na mesa de Sophia antes mesmo dela chegar;a barrinha de cereal que aparecia misteriosamente na sala de Viktor sempre do jeitinho que ele gostava; os toques "acidentais" — ele ajeitando a franja dela, ela tirando fiapos invisíveis do cabelo dele com a naturalidade de quem já conhecia demais.James, apoiado na parede da sala de comunicações, olhou para Mike.— Cara... aquilo ali já deixou de ser tensão. Eles estão num relacionamento de casados e não perceberam ainda.— Aposto um mês de café da cantina que o Major já sonhou com o nome dos filhos — Mike respondeu, sério.Luna, sentada ao lado deles, apenas bufou com um sorrisinho maldoso.— Hora de dar um empurrãozinho... estilo Alfa.O plano era simples: fingir um jantar de e
O sol ainda nem tinha nascido direito quando Sophia acordou. As cortinas do alojamento deixavam apenas um feixe de luz tímida entrar, mas ela já estava de pé. Tinha um objetivo em mente: treinar. Depois de tudo que viveu, da humilhação, do medo e dos traumas, ela não queria mais ser a garota frágil. Não apenas a hacker brilhante atrás dos computadores, mas alguém capaz de se defender.Com vídeos de luta abertos no tablet, ela repetia movimentos de forma metódica no tatame da área de treinamento.— Gira o quadril… mantém a base… — sussurrava para si mesma, errando aqui e ali, mas determinada a melhorar.O que ela não percebeu foi o par de olhos atentos a observando.Viktor estava ali, encostado no batente da porta, vestindo apenas uma calça tática preta e uma camiseta ajustada ao corpo. Saiu para correr antes dos demais acordarem, mas ao ver sua pequena tão focada, parou.Por um instante, o lado Major dele quis corrigir a postura, ensinar os golpes certos. Mas o lado homem?Ah, o lado h
"Algumas armas são silenciosas… Outras vêm em renda e sorrisos tímidos."O dia estava calmo no QG. Ou pelo menos o mais próximo de calmo que aquele lugar poderia chegar.Após semanas intensas de treinos, missões e recuperação, Sophia já se sentia um pouco mais parte da equipe. Mas ainda guardava aquela doçura tímida, aquele jeito de andar com os ombros levemente curvados, como se tentasse se esconder do mundo. Mesmo que, ultimamente, fosse impossível se esconder… especialmente dos olhos atentos do Major Viktor.E hoje, ela iria descobrir o quão impossível isso seria.Luna apareceu cedo, com um sorriso malicioso no rosto.— Vem cá, hacker. Hoje é dia de sermos cruéis… mas do jeito bom — disse, puxando Sophia pelo braço.— O quê? A gente não tem treino? — questionou Sophia, confusa, tentando acompanhar o ritmo da amiga.— Relaxa. É folga extra concedida pela chefia — Luna sorriu, referindo-se a Viktor — E a gente vai pro shopping. Porque, minha cara, você precisa conhecer os prazeres do
"Nem todo pesadelo termina ao acordar. Mas às vezes... alguém espera por você do outro lado."A enfermaria estava silenciosa. A luz baixa mal tocava os lençóis alvos, mas a paz aparente contrastava com a batalha travada sob as pálpebras cerradas de Sophia. Sedada após o resgate e os ferimentos, ela dormia, mas seu rosto denunciava agonia. As sobrancelhas franzidas, a respiração irregular, o cenho contraído.Então ela se remexeu. Um murmúrio escapou por seus lábios secos. Algo ininteligível, mas carregado de dor.Em sua mente, o mundo era fumaça, ruído e medo. Revivia o inferno da missão: os tiros cortando o ar, o sangue espalhado pelo chão, a comunicação falha pelo rádio. O som dos passos na lama, da perseguição impiedosa. As vozes sobrepostas. O gosto de metal na boca. A solidão.Mas o pesadelo dava lugar a algo mais antigo. Mais dolorido.O cenário mudou. Estava de novo no refeitório do orfanato. Aquele cheiro de sopa rala e desespero. Edward estava lá. Seus olhos frios. O aperto em
“Ele a encontrou. Mas dessa vez, foi o mundo que quase a perdeu.”A floresta havia mudado de tom.O verde vívido da tarde foi engolido por um cinza escuro e denso. O céu trovejou como um aviso, e a primeira gota caiu — pesada, fria, implacável.Depois dela, centenas. A tempestade chegou.Viktor Belmont estava encharcado.A farda pesava, o rádio chiava com interferência, e a cada passo no mato molhado, ele sentia o coração acelerar. Não pelo medo de não encontrar Sophia.Mas pelo pavor real de estar tarde demais.— “Scoot, aqui é Alfa-1. Responda.” — Ele repetia, vez após vez.Nada.— “Bee, Joker, Hawk. Algum sinal?” — A voz dele era firme, mas havia algo nela... um desespero que ele tentava disfarçar.— Aqui é Bee. Nenhum rastro ainda. Mas estou seguindo o sinal fraco da pulseira de monitoramento.— Joker aqui. Achei rastros... mas estão indo direto pra um penhasco.— Hawk … nada do lado oeste. Mas tô indo até o fundo do vale.O som da chuva abafava tudo, mas não abafava o eco daquela
“Era só mais uma missão. Até que ela desapareceu.”A floresta era densa. O vento, cortante. E o silêncio… ameaçador.O helicóptero da operação pousou a mais de dois quilômetros da zona de infiltração. O objetivo era resgatar dois soldados desaparecidos, supostamente capturados por uma célula criminosa que se movimentava nas sombras da fronteira.Sophia ajustou o fone e testou pela terceira vez a frequência de rádio.— Frequência limpa. Sem interferência. — murmurou.— Está parecendo até o Joker. — comentou James, ao lado dela.— Ei! — Mike resmungou. — Isso foi um elogio?Luna riu. Viktor apenas olhou para os dois e arqueou uma sobrancelha. O que fez os dois calarem quase que instantaneamente.— Sem piadas hoje. Essa missão é séria. Vamos entrar, identificar o perímetro, neutralizar as ameaças e resgatar os nossos. — afirmou Viktor, com voz firme.Ele então olhou para a pequena hacker, que ajeitava os cabos conectados ao tablet com uma precisão quase poética.— Pronta, Scoot?Sophia e
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