“Às vezes, vestir a própria força é o primeiro passo para se reconhecer nela.”
O laboratório tático estava quase vazio, exceto por Luna “Bee” Green, que manipulava fios e sensores com a precisão de uma cirurgiã. Ela murmurava algo para si mesma quando ouviu passos suaves se aproximando.
— Posso… posso entrar?
Luna ergueu o olhar e viu Sophia Scoot, pequena como sempre, mas com os olhos mais firmes que o habitual.
— Claro que pode, Firefly — disse, já abrindo um sorriso.
Sophia hesitou na porta, segurando o tablet contra o peito.
— Eu… queria pedir desculpas por ontem.
Luna se aproximou devagar, parando à frente dela.
— Ei, para. Você não estragou nada.
Sophia soltou um suspiro quase imperceptível.
— E você vai.
Sophia sorriu.
Foi quando a porta se abriu com tudo, revelando James “Hawk” Connor e Mike “Joker” Jordan, ambos carregando mochilas e sorrisos de quem sabe que vai aprontar.
— Bonitinho esse momento de sororidade e flores — disse James. — Mas temos uma missão, ladies.
— Tá rolando resgate nível alto — completou Mike. — Dois reféns, zona urbana hostil, vigilância pesada.
Ele olhou diretamente pra Sophia.
Ela arregalou os olhos.
— Eu?
— Você, estrela.
30 minutos depois – Vestiário tático da Equipe Alfa
Sophia saiu do vestiário vestindo o uniforme tático completo: preto, ajustado ao corpo, coturno firme, luvas finas e o emblema da Alfa no braço direito.
James deixou o tablet cair no chão.
— Pelo amor de Deus… alguém avisa o Major que a bonequinha ganhou armadura. Eu não tô bem.
Mike assobiou.
— É oficial. Firefly passou de mascote pra perigo público.
Luna riu, cruzando os braços.
— Se o comandante não falar nada, eu mordo minha arma.
Sophia ficou vermelha.
— Eu só… vesti o que mandaram.
Foi nesse momento que Viktor Belmont entrou.
Parou.
Olhou.
Congelou.
Por um segundo, sua mente travou entre dois comandos: olhar para os olhos dela ou desviar antes que os outros percebessem a faísca inesperada no peito.
— Pronta, Scoot?
— Sim, senhor — disse ela, séria, mas os olhos brilharam.
James tossiu.
— Major... o senhor tá meio... pálido. Tudo certo?
— Calado, Hawk — respondeu Viktor, seco, ajeitando a gola do próprio uniforme. — Vamos à missão.
Objetivo: Resgatar dois agentes desaparecidos há 48 horas.
Local: Complexo industrial abandonado, altamente vigiado.
Estratégia: Infiltração silenciosa, sem alertas.
Ponto chave: Controle absoluto das câmeras e sistemas de alarme.
No furgão de aproximação, Sophia ajustava os dispositivos de interceptação com dedos firmes.
— Três câmeras no perímetro externo, cinco no hall principal, duas térmicas no subsolo. Todas hackeadas e sob controle — disse ela com voz firme.
Luna sussurrou no ponto:
— Firefly, você é maravilhosa.
James completou:
— Voz doce, mente assassina. É disso que a Alfa precisa.
Mike:
Viktor apenas observava.
— Equipe Alfa, vocês têm luz verde — disse ela. — Boa caça.