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Capítulo 2 – A Escolhida Inesperada

“Às vezes, a missão mais difícil é aceitar que você merece estar ali.”

O ar na sala Alfa era mais leve do que o normal — o que, considerando que três membros da equipe mais temida do quartel estavam ali ao mesmo tempo, era quase milagre.

Sentados ao redor da mesa de reuniões, James Connor, Luna Green e Mike Jordan observavam os cinco dossiês abertos diante deles. Currículos impecáveis. Habilidades de elite. Mas só um nome interessava para cada um.

Major Viktor Belmont, em pé diante da mesa, folheava o último currículo com expressão neutra — o mesmo olhar que usava para decidir entre armas ou estratégias de guerra.

Luna foi a primeira a falar, com o queixo apoiado na mão e um sorrisinho no rosto.

— Eu voto nessa aqui — disse, arrastando com o dedo o dossiê de Sophia Scoot para o centro. — A única mulher na lista. Eu não vou ser a única flor nesse jardim de testosterona por mais tempo.

James riu.

— Ela passa uma vibe interessante. Meio “silêncio assassino”. E convenhamos... qualquer uma que consiga manter a cabeça nesse quartel, merece minha atenção.

Mike estalou a língua.

— Trabalhei com ela uma vez. Suporte remoto. Ela invadiu um sistema russo em quatro minutos. Quatro. E me mandou um relatório com direito a emojis.

Luna arregalou os olhos.

— Emojis?

— Um foguinho e um computador. “Sistema limpo. Hora de brilhar 🔥💻” — disse Mike, imitando a voz dela num tom exageradamente doce.

James bateu palmas, rindo.

— Tá decidido. Essa é nossa.

Viktor levantou o olhar lentamente, fitando o dossiê de Sophia. Uma foto pequena no canto mostrava uma garota de expressão serena, olhos verde floresta e cabelos castanhos avermelhados. O tipo de rosto que ninguém notaria… até notar.

— Chamem a Scoot — disse, curto e firme.


Dez minutos depois, a porta se abriu devagar.

Sophia entrou com passos leves, quase inseguros. Vestia o uniforme simples, os cabelos presos num coque despretensioso e os olhos semicobertos pela franja.

Pequena.
Silenciosa.
Delicada.

Viktor arqueou uma sobrancelha. Aquela era a hacker prodígio que destravava redes como quem assobiava?

Ela parecia... uma bonequinha de porcelana prestes a se esconder debaixo da mesa.

— Senhor... — ela disse em voz baixa, os olhos tentando manter o contato, mas escapando às vezes.

— Scoot, sente-se — Viktor disse, indicando a cadeira à frente da mesa.

Ela obedeceu, ajeitando-se com o mínimo de movimento possível. Mike a observava com atenção divertida. James apoiou o queixo nas mãos, claramente intrigado. Luna já sorria, satisfeita com sua escolha.

— Li seu dossiê — Viktor começou, folheando lentamente. — Fluente em inglês, alemão, russo e coreano. Criadora de três firewalls usados hoje na defesa digital da base. Invasora bem-sucedida de servidores considerados inquebráveis. Tudo isso com 20 anos.

Sophia assentiu.

— Sim, senhor.

— Qual seu protocolo de emergência para desvio de IP em zona neutra com dupla criptografia?

— Utilizo o sistema Hydra, com reversão automática e apagamento de rastros em três camadas. Se falhar, protocolo Sigma 4 é ativado, que isola o invasor e redireciona para um servidor vazio — respondeu, sem hesitar.

Viktor lançou um olhar breve para os outros três.

James sussurrou:

— Ok… ela é brilhante. E assustadora.

— Sabe usar armas, Scoot? — perguntou Luna, casual.

— Sim, senhora. Pistola 9mm. E estou treinando com carabina. Não sou excelente ainda, mas sou precisa. — respondeu, com aquele tom educado e doce que parecia destoar de tudo ao redor.

Mike sorriu de lado.

— Tá melhor que o James quando entrou pra equipe.

— Cala a boca, Mike — James respondeu, rindo.

Viktor fechou a pasta. Levantou-se e olhou diretamente para ela.

— Parabéns, Scoot. Você acaba de ser aceita como a mais nova integrante da Equipe Alfa.

Sophia congelou. Os olhos se arregalaram por um segundo.

— O quê? — ela perguntou, genuinamente confusa.

Viktor soltou uma risada baixa, inesperada.

Um som que fez os outros três trocarem olhares curiosos.

— Você é boa no que faz — ele disse, firme, mas com uma suavidade discreta no olhar. — E aqui, isso é o que importa. Bem-vinda à equipe, Firefly.

Sophia engoliu em seco. Pela primeira vez, sentiu algo quente se formar no peito.

Não era vergonha.

Nem medo.

Era algo parecido com… orgulho.

Ela abaixou a cabeça, tentando disfarçar o rubor que subiu até as orelhas.

— Obrigada, senhor.

E então, pela primeira vez em muito tempo…
ela sorriu.

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