“Tem gente que nasce para ser esquecida. E tem quem apenas estava esperando o momento certo para ser lembrada.”
A noite estava mais fria do que o habitual.
Sophia Scoot tinha voltado da missão horas atrás, mas o corpo ainda parecia preso no aperto daquele homem, na sensação da mão dele sobre sua cintura, no gosto amargo do medo.
Ela tentou dormir. Não conseguiu.
As roupas de gala estavam dobradas em cima da cadeira, o tablet já desligado. E mesmo assim, a cabeça dela estava ligada em alerta máximo.
Então ela fez o que seu instinto aprendeu a fazer: buscou abrigo.
Residência dos Belmont – 02h14 da manhã
Helena Belmont abriu a porta de casa com o rosto ainda marcado pelo sono, mas o sorriso nasceu assim que viu quem era.
— Sophia…
A garota estava com um moletom grande, capuz cobrindo parte do rosto e os olhos vermelhos de cansaço.
— Eu sei que é tarde. Eu só... Eu não consegui ficar lá. Sozinha.
Helena a puxou para dentro sem uma palavra a mais, e minutos depois, as duas estavam sentada