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NOS BRAÇOS DO MAJOR
NOS BRAÇOS DO MAJOR
Por: MK Sorrenti
Capítulo 1 – A Queda Antes da Ascensão

“Algumas dores não quebram. Elas transformam.”

O refeitório estava mais barulhento que o habitual. Risadas, talheres, passos apressados, o som da televisão ao fundo transmitindo um noticiário abafado. Sophia entrou segurando sua bandeja com o cuidado de sempre — os olhos baixos, os ombros curvados, a presença quase imperceptível.

Passou por algumas mesas. Ninguém a cumprimentou. Ninguém notou.

Como sempre.

Ela se dirigia ao canto mais afastado, onde costumava se sentar sozinha, até que uma explosão de vozes e palmas desviou sua atenção. A cabeça ergueu por instinto — e foi nesse instante que seu mundo parou.

Edward Mason, impecável em seu uniforme, estava de pé ao centro do refeitório. Ao lado dele, Elizabeth Scoot, sua prima, a filha perfeita de Pierre. Médica, altiva, sorrindo como se estivesse no palco de uma premiação.

Eles estavam de mãos dadas.

E então... ele a puxou para um beijo.

Longo. Público. Destruidor.

Sophia ficou imóvel, os olhos arregalados. A bandeja tremeu entre os dedos, mas ela não a soltou. Todos no refeitório viraram-se. Alguns sussurraram. Outros riram. E uma parte — uma parte cruel — apenas observou com desdém.

Edward levantou o queixo com arrogância.

— É com muito orgulho que apresento minha noiva, Elizabeth Scoot — anunciou alto, fazendo questão de projetar a voz. — A mulher que conquistou meu coração.

Houve palmas. Algumas forçadas.

E então, alguém murmurou:

— Ué... e a "cachorrinha dele"? — Os olhos voltaram-se para Sophia.

Ela ainda segurava a bandeja. Mas agora, seus olhos estavam vidrados, e o peito subia e descia com rapidez.

No meio dos presentes estavam os pais de Viktor Belmont.

Dra. Helena se levantou de forma brusca.

— Isso é uma palhaçada — disse, a voz fervendo. — É esse tipo de comportamento que permitimos dentro de um quartel?

Dr. Elias tentou contê-la, segurando-lhe o braço.

— Calma, amor... não aqui. Não agora.

— Eu vou dar uma lição nesses dois — ela rosnou, mas sentou-se, ainda com o olhar queimando os dois noivos recém-declarados.

Sophia não ouviu nada disso. Seus ouvidos zumbiam. Seus olhos ardiam.

Sem dizer uma palavra, ela virou-se, girando nos calcanhares, e saiu correndo, a bandeja nas mãos, como quem foge de um incêndio — que, na verdade, ardia dentro dela.


Horas depois, Sophia estava em sua sala, diante de cinco telas com códigos piscando. As mãos tremiam sobre o teclado. Tentava manter a mente ocupada. Trabalho. Entrega. Missão. Isso ela conseguia fazer.

O coração, no entanto, era outra história.

A porta rangeu. Um calafrio subiu pela espinha.

Edward.

— Achei que você viria me parabenizar — disse ele, encostado no batente com um sorriso cruel.

— Dois anos, Sophia. Dois anos lavando minha roupa, fazendo minhas marmitas, se comportando como uma cadela fiel... e nem isso foi o suficiente. Sabe por quê?

Ela não respondeu. Apenas o encarou. Pela primeira vez sem abaixar a cabeça.

Ele se aproximou devagar, puxando uma cadeira e se sentando diante dela.

— Porque você não é feita pra ser amada. Você é prática. Útil. Como uma ferramenta. Eu te usei, sim. Mas agora tenho alguém à minha altura. E você...
Você volta pro lixo de onde saiu.

Sophia apertou os olhos com força, como quem segura uma explosão. Mas não chorou. Não mais.

Edward levantou-se, satisfeito.

— Ah, e se estiver pensando em espalhar alguma mentira... boa sorte. Eu tenho o sobrenome certo. Você? Você é só... Scoot de favor.

E então saiu, deixando o cheiro da humilhação no ar.

Hangar Central

O helicóptero pousou com precisão cirúrgica. A poeira subiu, os soldados afastaram-se. A porta se abriu e desceu o homem que era considerado uma lenda viva, seguido de três figuras que exalavam presença

Major Viktor Belmont

James "Hawk" Connor

Luna "Bee" Green

Mike "Joker" Jordan

Suados, exaustos, mas vitoriosos como sempre.

Viktor tirou a luva tática e a jogou para o lado. Seu olhar era direto.

— Reunião. Sala Alfa. Agora.

James estalou os ombros.

— Mal chegamos e já vem bronca. Aposto que é sobre aquele arame que o Mike cortou.

— Eu salvei a missão, tá? — Mike rebateu. — Se você tivesse feito o que eu falei, a gente já tava tomando café.

— Eu quase perdi a perna! — James retrucou.

— E continua inteira. Não reclama.

Luna riu, ajeitando o colete.

— Vocês dois têm energia pra me dar dor de cabeça e ainda querem ser levados a sério.

Viktor caminhava à frente, impassível, mas uma sobrancelha subiu ligeiramente.

— Se vocês terminarem o circo, talvez a gente consiga fechar a equipe.

— Ainda falta o último nome, né? — perguntou Luna.

Viktor parou.

Virou-se devagar.

— Sim. E eu já sei quem é.

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