O tempo parou quando Helena surgiu entre as árvores.
A arma em sua mão parecia mais pesada do que o próprio silêncio. Ela usava uma capa preta encharcada pela chuva, os cabelos grudados ao rosto e os olhos... frios como gelo. Mas o sorriso era familiar — aquele que Ana nunca conseguiu confiar por completo.
— Achei vocês, docinhos — disse ela, a voz doce e venenosa como mel estragado.
Adam se colocou na frente de Ana, o corpo tenso como um fio prestes a arrebentar.
— Você mentiu — ele cuspiu.
— Ah, amor... você realmente achou que eu seria leal depois de tudo que fez comigo?
— Você me seguiu durante anos. Fez parte de cada plano. E agora joga tudo fora por quê? Vingança?
Helena inclinou a cabeça, como se a resposta fosse óbvia.
— Porque você me trocou. Por ela.
Seus olhos passaram por Adam e pousaram em Ana com repulsa.
— Uma colegialzinha de olhos grandes. A virgenzinha com cheiro de flores. Sabe o que mais fede nela, Adam? A ingenuidade. A esperança. Essa ideia tola de que você poder