Violet Jacobs é uma adolescente de quinze anos que tem a desventura de se apaixonar perdidamente por um psicopata em série. Sob o céu de Manhattan, ela descobre os segredos sombrios e escondidos por baixo da ossada de Tyler Monron: ele é um assassino obsessivo e eliminará todas as pessoas que entrarem na vida de Violet. Sua promessa? "Eu a roubarei do mundo e a consumirei aos poucos para que possa saborear com calma os pecados da minha presa." Agora, ela lutará para fugir das garras de Tyler antes que esse amor termine como todos os outros de seu amado. Tragédias e fugas desesperadas.
Ler mais[Consultório psiquiátrico do Dr. Kim]
Dr. Kim arruma os papeis entre as mãos, em um fecho, e o olha por cima dos óculos redondos. —Você não pensa em como viveria se estivesse na companhia de alguém, Tyler? O silêncio faz um zumbido ensurdecedor no ouvido de Kim, que luta para se manter profissional. Um suspiro. A promessa de uma resposta. —Eu não preciso de alguém ao meu lado, mas gostaria de fazer isso outra vez. O profissional espreme os lábios, contendo os pensamentos. Mesmo estando em horário de trabalho, ele encontra dificuldades para manter aquela consulta por mais cinco minutos restantes. —E se você perdesse um filho, e esse filho fosse o seu único? Tyler sustenta um sorriso de canto de boca, e ergue os olhos para Kim, concentrando-se ali por longos segundos fixos. —Eu faço outro. Os dois se encaram fixamente. Kim pode sentir a gota de suor deslizar pela espinha, sumindo ao longo do tecido da camisa branca. O despertador toca, indicando que aquela consulta havia chegado ao fim. Tyler se levanta sobre dois pés firmes e espera pelo psiquiatra, olhando-o com superioridade. Kim apoia as mãos nos braços da poltrona até equilibrar sua estatura com a de seu paciente. —Espero ver você aqui novamente, Tyler. Foi uma boa consulta. —Informa com mentiras, sorrindo falsamente. Tyler sabia que ele estava mentindo, mas isso não o atingia. Com aquela consulta encerrada, o rapaz alto atravessa o vão da porta, encontrando seu pai na sala de espera. Eles se olham brevemente. Tyler passa a mão pelos cabelos curtos, se sentindo satisfeito com o que aconteceu ali dentro. Ele conseguiu desestruturar o Dr. Kim novamente. ... Numa volta silenciosa, Tyler olha através da janela, despreocupado. O silêncio é quebrado pela figura paterna, Tonny. —O Dr. Kim pareceu estressado dessa vez. —Olhou brevemente para a expressão despreocupada de seu filho, em busca de uma reação. —O que você disse? —É uma consulta sigilosa e eu não ofereci risco à vida de ninguém, o que não dá o direito de ter esse sigilo quebrado, pai. —Arqueou as sobrancelhas, se recusando ter os pensamentos expostos. Sem insistir, seu pai abandona os questionamentos. Ao chegarem em casa, Tyler corre pelo lance de escadas, rumo ao seu quarto: o covil. A porta b**e, disparando reclamações de Tonny. Tyler parece ansioso. Atravessa o quarto em passos que quase se tropeçam, e j**a a mochila sobre a cama, sacudindo o colchão de molas. Eu deixei aqui em algum lugar... Cadê você, coração...? Dobra seus joelhos sobre o chão de madeira e estende a mão, puxando a porta prata do frigobar. Lá está Uma cabeça humana conservada em substâncias químicas altamente perigosas. Ele olha pra a cabeça flutuante e suspira aliviado. —Ah, diário... Eu tenho tanto para lhe contar, meu velho amigo! ... [Colégio] —Violet! —Alguém acena, chamando no final do corredor. —Espera! Cassandra era uma aluna exemplar de comportamento ímpar. Era o protótipo de como ser invisível e, ainda assim, gostarem de você. Ofegante, ela se aproxima de Violet, exibindo um pequeno panfleto. —Você não sabe? Hoje vai ter festa na casa dos Monron. —O esquisito alto? —Violet estreita o cenho. Porque alguém como os Monron daria uma festa para pessoas que não compartilham do mesmo poder aquisitivo que eles? —O colégio todo foi convidado, e todo mundo tá dizendo que vai! —Seus olhos brilharam com a ambição de conseguir algo novo para a matéria do jornal da escola. —Você vai, não é? —Não. Meus pais me querem longe de confusão e eu PRECISO passar nas provas pra medicina, Cass. —Expirou, arrumando a alça da mochila. —Por que não vai e consegue uma matéria? Elas se encaram, parando os passos em frente aos armários do corredor. Talvez Violet só quisesse ficar sozinha. Talvez só quisesse obter paz da maneira correta, se afastando de confusão. Tyler Monron era a personificação humana de como ficar encrencado. ... Ao final das aulas, Violet e Cassandra compartilham o banco de trás do carro. Vivian, como uma adulta negligenciada na adolescência, explora a ideia de que sua filha tenha experiências iguais as dela. —Se essa festa realmente vai ser na casa desse garoto, minha filha, eu acho que seria bom você ir. Sabe? Tirar a cara dos livros por um momento... Vivian confere a reação da filha através do retrovisor, enquanto dirige. —Eu vou pensar sobre isso, mãe. —Suspira cansada. Havia algo pacífico demais até mesmo para alguém como Violet. Algo enterrado só esperando para ser descoberto. Para ser vivido. Para ser engolido. Naquela manhã, Vivian deixa Cassandra em sua residência e segue para casa com sua filha. Os Jacobs não eram extravagantes ou herdeiros, mas tinham uma vida financeiramente estável. Uma família comum sob o céu de Manhattan. ... Mais tarde, considerando a possibilidade de diversão, Violet liga para Cassandra, confirmando a ideia de irem à festa. Apesar de seus esforços, diversão não era o seu potencial. [Residência dos Monron] Em meio aos convidados, segurando um copo com cerveja, ela avista o garoto problemático. O olhar dele vagueia entre os colegas. Cercado, ele dança em uma roda de amigos, permitindo que a garota se esfregue em seu abdômen definido. Todos permanecem dançando, agitados pelos efeitos do álcool. Aos olhos de Violet, aquela cena estava acontecendo em câmera lenta. Ela queria se lembrar daquele momento. Mas, por quê? Então é assim que você se comporta quando não está arranjando confusão, senhor Tyler Monron... O ponto de reflexão de Violet é interrompido quando uma confusão sei nicia no corredor, atraindo a atenção de Tyler e dos demais, que correm para apartar. Os seguranças dos Monron conseguem conter a agitação e colocam os responsáveis para fora da residência. No entanto, aquele atrito foi um bom motivo para que Violet e Cass fugissem para casa, no auge de sua covardia. Ela só não esperava que, em meio à correria, seu celular fosse cair no gramado de Tyler, e que o mesmo o encontraria, horas depois, vibrando com a seguinte mensagem: "Violet, minha filha, quando vier da Cass, traga manteiga." -Mamãe.Sentindo o coração apertado no peito, Violet se encolhe no banco do passageiro enquanto sua mãe acelera o carro pela rodovia, seguindo rumo à mansão Monron. Ambas sem dormir. As olheiras profundas contornam os olhos de Vivien enquanto ela mantém as duas mãos no volante e os olhos vidrados no painel do carro.Há um peso quase palpável entre as duas.Volta e meia, Vivien olha para sua filha de soslaio, engolindo suas palavras. Então você percebe o quão quebrada a sua filha realmente está, Vivien. Agora você a vê pelos olhos de alguém que não tem culpa de ter sido, ou até mesmo estar sendo, manipulada por Tyler Monron?Violet olha através da janela do carro. Suas mãos soltas sobre os joelhos enquanto ela pensa em todas as coisas ditas entre ela e Tyler. Palavras trocadas. Declarações intensas. Sua primeira vez em um "mar de rosas". As aventuras, o quão protegida ela se sentiu nos braços daquele que... Muito provavelmente, ainda o dando o benefício da dúvida, é um assassino a sangue frio
Vivien consegue sentir o sangue sendo drenado de suas mãos e de seu corpo, como um conjunto temeroso que lhe pesa sob as carnes. O medo vibra no brilho dos seus olhos e ela percebe que está diante de algo muito mais perigoso do que apenas um relacionamento abusivo entre Tyler Monron e sua filha.—E por que não me contou isso antes, minha filha? —Sua voz soa trêmula, acabando no fundo da garganta enquanto ela estende a mão para a frente, tirando o pedaço de corda cortada que estava nas mãos de Violet. O ato abrupto soando como se ela pudesse retirar o perigo de perto de sua filha, apesar de simples e quase insignificante.Violet suspira, movendo os ombros lentamente enquanto as lembranças lhe tomam de assalto, sombreando seus pensamentos e atacando seus nervos frágeis.—Porque eu sabia que você o tiraria de mim, e o acusaria.Suas palavras soam como uma ofensa diante da mãe preocupada e atormentada. Vivien dá dois passos para a frente, ficando á centímetros de distância de sua filha in
Violet agarra o assento do banco do carro como se a sua própria vida dependesse daquilo. Seus olhos nervosos casam perfeitamente com o hiperventilar de seus lábios, e ela espreme os joelhos diante do chacoalhar do carro na manobra brusca. Vivien, por outro lado, mantém as duas mãos no volante e sai da rodovia, acelerando para a entrada onde as câmeras de segurança desaparecem com a imagem do carro de Tyler. Ela não sabe para aonde está indo e nem para aonde está levando sua filha, mas espera conseguir algo em nome do amor maternal e a força de vontade de protegê-la.—P-pelo menos me diga que tem algo realmente sólido nesse caso, dentro dessa selva, mãe. —Diz Violet. Sua voz entrecortada pelo balançar do carro à medida em que avançam floresta á dentro.Concentrada, Vivien reduz a velocidade pouco a pouco, estabilizando as duas no interior do automóvel. Ela segue a trilha de pneus —que não é pouca— e percebe que entre muitas marcas há um padrão irregular. Motivada a descobrir para aond
Apesar da dor das mentiras e o vazio que sente no peito, o olhar de Violet é tomado por uma nuvem de determinação que a deixa completamente firme por dentro. E aquele olhar penetrante consegue invadir as necessidades de Tony, fazendo-o ceder quase que de imediato. No entanto, alguém não gosta dessa ideia: Vivien Jacobs.—Não. —Protesta num tom seco e claro. Ela se levanta bruscamente da cadeira, esticando as pernas sem pudor algum, enquanto a cadeira faz um som desagradável com o ato. Porém, ela não parece se importar com isso e fecha as mãos em punhos firmes. —Tony, você não pode aceitar uma condição descabida como essa!Tony engole em seco, também se levantando no outro lado da mesa oval. Sua estatura superando a estatura feminina e furiosa diante dele. De repente, um olhar furioso na face de Vivien é substituído por um olhar derrotado pouco a pouco. Apesar do silêncio do patriarca Monron, aquela expressão diz tudo: ele vai ceder.Vivien franze o cenho e balança a cabeça negativamen
Violet entende a mensagem de texto que recebera de Vivien, e então guarda o celular novamente. Termina de atravessar o gigantesco quarto de Tyler e sai, deixando para trás a incógnita do rapaz.Ela anda pelo corredor extenso e desce as escadas, chegando ao andar do escritório de Tony. Para do lado de fora da porta e arruma os cabelos, jogando-os para trás. Arruma a postura para não parecer tão desleixada e então põe a mão na maçaneta, girando-a lentamente. Ao empurrar a porta, se depara com os adultos da mesma maneira como ela havia deixado antes de sair.—Com licença... —Diz num tom de voz baixo, expirando densamente após a conclusão do que presenciou no armário de Tyler. —Eu... estou pronta pra voltar e retomarmos a conversa.Tony e Vivien se entreolham enquanto Violet fecha a porta atrás de si. A jovem se aproxima da cadeira ao lado de sua mãe e se senta de frente para Tony, vendo-o ainda com ombros rígidos e pesados.—Tudo bem, Violet. É realmente uma história difícil de digerir e
A voz de Tony chega a fraquejar e ele espreme os olhos, tentando ignorar seus pensamentos ofensivos que reverberam dentro da sua cabeça atordoada. Por outro lado, Vivien encolhe os ombros, recuando lentamente. Seu olhar cai por alguns segundos enquanto ela reorganiza os pensamentos e então ela ergue a cabeça em direção á sua filha, sentada ao seu lado.Violet exibe um olhar aterrorizado.A incerteza.A devoção caindo por terra pouco a pouco.Ele não é um pai que ela ama, mas... Ainda era seu pai. E quanto a Tyler, ele não faria algo com seu pai, faria?—E-eu... preciso de um tempo, senhor Monron. Com licença. —Diz Violet num tom de voz fraco, embora tente se manter firme, e então se levanta, apoiando as mãos nos braços da poltrona. Vivien tenta chamá-la ou alcançá-la com a mão, mas a mesma atravessa o escritório á passos largos e sai, deixando Tony e Vivien para trás.Ela fecha a porta atrás de si e leva as mãos ao peito, andando pelo corredor como se cambaleasse de uma parede para
Último capítulo