O caminho até os conselhos do Norte serpenteava por vales cinzentos, pontilhados de ruínas antigas e vinhedos abandonados, onde uvas selvagens nasciam entre espinhos. O vento soprava constante, trazendo o cheiro acre de terra molhada, e, por vezes, algo mais: o perfume quase imperceptível de algo velho, encerrado, mas ainda vivo.
Elira mantinha os olhos fixos no horizonte. Cada passo do cavalo parecia ressoar em seu peito como um aviso: ao encontro deles não iria apenas uma mulher, mas todas as sombras que ela carregava.
— Você está quieta — disse Liam, quebrando o silêncio.
Ela não respondeu de imediato. Sentia o peso das palavras acumuladas na garganta.
— Estou tentando decidir o que vale a pena ser dito… e o que deve permanecer em silêncio.
— Nem tudo precisa ser dito para ser entendido, Elira.
Ela se virou, fitando os olhos dele. Ainda via ali o homem que a amava, mesmo quando ela mesma hesitava em se amar. Mas também via algo novo: a firmeza de quem começava a aprender o próprio