Ana Milles, uma jovem de 17 anos, vê sua vida mudar drasticamente ao conhecer Adam Willians, um homem poderoso e possessivo que a reivindica como sua. Atraída e aterrorizada pela intensidade de Adam, Ana se vê presa em um jogo perigoso de desejo e controle. Adam, herdeiro de um império construído sobre segredos sombrios, revela a Ana um mundo de corrupção e perigo, onde seu pai, um homem implacável, comanda um esquema de tráfico de armas e lavagem de dinheiro. Determinado a expor os crimes do pai e a proteger Ana, Adam embarca em uma fuga arriscada, buscando provas que possam incriminá-lo. Enquanto fogem, Ana e Adam se aproximam, descobrindo um amor proibido que desafia as sombras do passado de Adam. Juntos, eles enfrentam perseguições implacáveis, revelações chocantes e a ameaça constante do pai de Adam, que fará de tudo para mantê-los separados. Em meio a perigos e traições, Ana e Adam lutam por sua liberdade e pelo direito de viver seu amor, descobrindo que a verdadeira força reside na coragem de enfrentar seus medos e na determinação de seguir seus próprios caminhos.
Leer másAdam Willians nunca foi um homem paciente. A espera o corroía, a impotência o enfurecia. E, naquele momento, enquanto seus passos ecoavam pelo imponente salão da mansão dos Milles, a impotência o dominava.
Seus olhos azuis varreram o ambiente, ignorando a decoração clássica e elegante. Ele não estava ali para isso. A presença o obrigara a comparecer. Afinal, os Milles eram mais que sócios na mineração; eram amigos, quase família. Uma ideia que Adam desprezava. Família era sinônimo de fraqueza. Foi então que a viu. Ana Milles. A garota de dezessete anos, com um olhar que desafiava a pouca idade. Seus olhos verdes, grandes e atentos, e os lábios entreabertos, como se palavras estivessem prestes a escapar. Magra, mas com curvas sutis, prenúncio da mulher que se revelaria. Pequena, tão pequena diante de seu um metro e noventa. Vestida de branco, simples, mas etérea, como uma tentação. Naquele instante, Adam soube. Ela seria dele. Somente dele. — Adam! — a voz do Sr. Milles o trouxe de volta. — Esta é minha filha, Ana. Ana curvou a cabeça, tímida, mas Adam captou seu olhar curioso, talvez nervoso. Bom. Ela deveria estar nervosa. — O prazer é todo meu, pequena — disse ele, com um sorriso de canto, um sorriso que não prometia gentileza. Ana sentiu um arrepio. Aquele homem a observava como um predador. — É um prazer conhecê-lo — murmurou, a voz baixa. — Ana, por que não mostra a casa para Adam? — sugeriu a Sra. Milles, alheia à tensão. Ana hesitou, mas assentiu. — Claro. Enquanto caminhavam, o silêncio era palpável, a presença de Adam como uma sombra. — Você sempre foi tão quieta? — A voz dele a fez estremecer. — Não sou quieta — respondeu, tentando soar firme. — Não? — Ele riu baixo. — Talvez seja só comigo. Ela parou, encarando-o. — Eu mal te conheço. Os olhos azuis brilharam. — Ainda. Ana franziu a testa. — O que quer dizer? — Quero dizer que isso vai mudar, pequena. Você já é minha. O coração de Ana disparou. — Ana, querida, mostre o jardim para o Sr. Willians. É a nossa maior preciosidade. — Claro, mamãe. — Ana virou-se para Adam. — Por aqui, Sr. Willians. — Adam, por favor. Ana engoliu em seco. — Adam. O jardim é logo ali. Enquanto caminhavam pelo jardim, Ana tentava manter a compostura. — O que você faz da vida, Adam? — perguntou ela, tentando quebrar o silêncio. — Agora, trabalho na empresa do meu pai. — Ele parou, observando-a. — Mas logo será minha. — E você? O que pretende fazer depois do colégio? — Faculdade, talvez. — Você não vai embora — disse ele, com um tom que não admitia discussão. — O quê? como assim? — Você não vai para longe. — Você fala como se tivesse algum direito sobre minhas decisões. Adam se aproximou, forçando-a a recuar até a parede. — Eu tenho. — Não tem, eu.. eu sou livre. Ele sorriu, inclinando-se. — Você ainda não entende, Ana. Mas vai entender, logo, logo minha princesa. Ana fechou os olhos, buscando coragem. Então, escapou de sua prisão invisível. — Você pode correr agora, princesa. Mas isso só torna o jogo bem mais interessante. Ana não respondeu, seguindo para a sala de estar. Adam a observou, um sorriso no rosto. Ela sentia sua presença, e isso era tudo o que importava. Ele terminou seu uísque, saboreando a vitória iminente. Ana era sua. Desde o primeiro olhar. E ele nunca desistia do que queria. ela era seu maior desejo agora, sua linda boneca, pronta pra ser totalmente dele. Ana sentou-se no sofá, a respiração ainda irregular. Tentava acalmar o coração, mas a imagem de Adam, com seus olhos azuis intensos e o sorriso predatório, não saía de sua mente. "Ele é convencido demais", pensou, apertando as mãos. "E perigoso." — Tudo bem, querida? — a voz da Sra. Milles a trouxe de volta à realidade. — Você parece pálida. — Estou bem, mãe. Só um pouco cansada. — Aquele rapaz, Adam, é mesmo um homem interessante, não acha? — a Sra. Milles sorriu, alheia à tensão que pairava no ar. Ana engoliu em seco. — Sim, ele é… interessante. — Ele parece ter gostado de você, Ana. — A Sra. Milles piscou, um sorriso malicioso nos lábios. — Quem sabe não teremos um novo casal na família? Ana corou, mas não respondeu. A ideia de se envolver com Adam a assustava e a intrigava ao mesmo tempo. Enquanto isso, Adam observava a cena de longe, um copo de uísque na mão. Ele podia sentir o medo e a curiosidade de Ana, e isso o divertia. "Ela está começando a entender", pensou, bebendo um gole do uísque. "Logo, ela será minha por completo." A noite avançou, e os convidados começaram a se despedir. Adam se aproximou de Ana, que estava parada perto da escadaria. — Uma noite agradável, não acha, Ana? — ele disse, a voz rouca e sedutora. Ana se virou, tentando manter a compostura. — Sim, foi… interessante. — Espero que possamos nos ver novamente em breve. — Não sei se isso será possível. Adam sorriu, um sorriso que não prometia gentileza. — Não se preocupe, pequena. Eu sempre consigo o que quero. Ele se aproximou, e Ana sentiu o perfume amadeirado dele invadir seus sentidos. — Lembre-se, Ana. Você é minha. Ele se afastou, deixando-a parada na escadaria, o coração acelerado e a mente confusa.As nuvens carregadas romperam de vez ao anoitecer. A tempestade não pediu licença: rasgou o céu com relâmpagos que iluminavam, por breves segundos, as cicatrizes do mundo. A estrada, antes poeirenta, se tornou lamaçal, e cada passo dos cavalos era um esforço para não afundar na terra que parecia querer engoli-los.Mas nada disso deteve Elira.Aquela noite não a assustava mais. Porque, pela primeira vez, ela não fugia de quem era — corria ao encontro.Acamparam num campo aberto, perto de uma antiga árvore caída. O tronco apodrecido serviu de abrigo precário contra a chuva. Adam, exausto, adormeceu logo após erguer proteções rúnicas ao redor do acampamento. Ana, sentada, embalava o próprio ventre, murmurando preces esquecidas.Rurik montava guarda, a espada nua apoiada nos joelhos.Mas era entre Elira e Liam que a tempestade mais verdadeira se formava.— Você está inquieta — disse ele, o peito ainda marcado pela cicatriz da rosa, que brilhava sob a luz pálida dos relâmpagos.— Porque si
O caminho até os conselhos do Norte serpenteava por vales cinzentos, pontilhados de ruínas antigas e vinhedos abandonados, onde uvas selvagens nasciam entre espinhos. O vento soprava constante, trazendo o cheiro acre de terra molhada, e, por vezes, algo mais: o perfume quase imperceptível de algo velho, encerrado, mas ainda vivo.Elira mantinha os olhos fixos no horizonte. Cada passo do cavalo parecia ressoar em seu peito como um aviso: ao encontro deles não iria apenas uma mulher, mas todas as sombras que ela carregava.— Você está quieta — disse Liam, quebrando o silêncio.Ela não respondeu de imediato. Sentia o peso das palavras acumuladas na garganta.— Estou tentando decidir o que vale a pena ser dito… e o que deve permanecer em silêncio.— Nem tudo precisa ser dito para ser entendido, Elira.Ela se virou, fitando os olhos dele. Ainda via ali o homem que a amava, mesmo quando ela mesma hesitava em se amar. Mas também via algo novo: a firmeza de quem começava a aprender o próprio
A aurora não trouxe sol naquele dia.As nuvens permaneciam cerradas sobre a clareira, pesadas como lembranças que se recusam a se dissipar. A luz que se infiltrava era fria, cinzenta, quase respeitosa — como se o próprio céu compreendesse que ali, no ventre da floresta, algo delicado e perigoso havia sido despertado.Elira sentava-se diante da lareira da cabana, com o pergaminho aberto no colo e o colar de cabelos trançados enrolado nos dedos como um fio de passado que teimava em não se romper. Liam observava em silêncio, deitado no chão, o peito nu ainda marcado pela cicatriz da rosa e pelos arranhões da noite anterior.Havia um silêncio novo entre eles.Não o silêncio do fim — mas o silêncio do luto que antecede a reconstrução.— “Elira.” — ele disse, finalmente. — É estranho te chamar assim. Parece que estou conhecendo outra mulher.Ela ergueu os olhos.— E está.— E ainda assim… — ele se aproximou, sentando-se ao lado dela — eu continuo apaixonado.Ela sorriu com um cansaço quase
O toque dela era quente. Mas não suave. Rósyn tocava como quem lê cicatrizes com os dedos. Como quem compreende que certas dores não querem ser curadas — apenas reconhecidas.— Eu senti você quando o espelho caiu — disse ela, traçando a linha do maxilar dele com as unhas. — Senti a criança que quase foi destruída. Senti o homem que escolheu amar mesmo quando era mais fácil destruir.Liam fechou os olhos. O corpo inteiro reagia ao toque dela — não apenas de forma física, mas profunda. Como se ela tocasse partes dele que ele mesmo havia esquecido.— Você me viu, Rósyn. Por inteiro. Até o que eu escondi de mim mesmo.Ela sorriu, e havia algo cruelmente doce naquele sorriso.— E mesmo assim… te quero.Liam respirou fundo.— Eu tenho medo. De gostar demais. De te perder. De me perder.— Então se perca comigo. — sussurrou ela. — Por uma noite. Ou por todas.Ele a puxou para perto. Não com pressa. Mas com urgência silenciosa. Como quem finalmente se permite ceder.Os lábios se tocaram com o
O mundo não explodiu em luz.Não houve trombetas. Nem chuva de pétalas douradas. Nem um coro celestial cantando a salvação.Houve apenas silêncio.E depois… o som do vento soprando por entre os galhos da árvore dourada.Ana foi a primeira a acordar. Seus olhos se abriram devagar, como se temesse descobrir que tudo havia sido sonho. Mas ao seu redor, os corpos dos que amava permaneciam. Vivos. Respiração calma. Pele quente.Ela se levantou e caminhou até a beira da colina.E então… chorou.Mas não de tristeza.Era outro tipo de choro — aquele que só vem quando a alma se esvazia de guerra e, pela primeira vez, encontra espaço para existir.Adam acordou com o cheiro da terra úmida.Suas mãos ainda estavam manchadas de sangue antigo, mas a espada já não pesava em suas costas. Estava fincada no solo, meio coberta por musgo.— Acabou? — perguntou em voz rouca.Ana se virou e assentiu.— Acabou.Ele olhou para o céu claro, e por um instante, não soube o que fazer.A guerra o moldara.O ódio
Liam foi o primeiro.O corredor refletia mil versões dele.— Um sem alma.— Um que matou Ana.— Um que se tornou o novo Caius.— Um que escolheu a luz… e morreu por ela.Mas ao final do corredor, havia apenas um espelho sem reflexo.Ele tocou.E viu o Jardim.Um lugar onde o sangue nutria as flores.Onde a dor era solo fértil.Onde ele não precisava vencer — apenas existir com verdade.Saiu do corredor em silêncio, lágrimas escorrendo.Ana entrou.Viu a si mesma como mãe, guerreira, monstro, mártir.Mas ao final, viu-se cuidando de crianças órfãs. Ensinando-as a amar mesmo após a guerra.Sorriu.Adam enfrentou todos os irmãos mortos, cada um cobrando escolhas. Mas ao final, viu uma vila onde nunca precisou lutar. Onde plantava. E era amado.Rósyn viu-se sem magia. Fraca. E também… livre.Livre para amar sem proteger. Livre para errar.Ao deixarem o corredor, a árvore os recebeu com silêncio.E então, o fruto se partiu.De dentro dele saiu uma semente… que pulsava.— Levem-na ao Jardim
Último capítulo