O ar no quarto ainda cheirava a antisséptico e tensão. Leo estava deitado na cama, o torso enfaixado firmemente, sua respiração já menos ofegante. A adrenalina do confronto com meu pai começava a baixar, deixando para trás um rastro de frio e realidade.
Silas ainda estava encostado na porta, a arma agora guardada, seus olhos fixos no chão. O silêncio era espesso, cortado apenas pelo crepitar do fogo na lareira lá fora. Foi Silas quem quebrou o silêncio, sua voz mais baixa e menos afiada do que o habitual. — Eu… — ele engasgou, limpando a garganta. — Me desculpa, Elysa. Por ter metido você nessa confusão. Se eu não tivesse… — Não, — cortei, minha voz saindo mais suave do que eu esperava. Coloquei a última gaze na cesta e me virei para encará-lo. — Não foi você. Era inevitável. — Caminhei até a janela, olhando para a floresta escura além do vidro. A minha própria imagem, fantasmagórica e vestida de preto, me encarava de v