O sol da manhã queimava no pátio dos fundos, mas o calor que me consumia vinha de outra fonte — o eco da noite. Elysa se entregando, me dominando até a inconsciência, deixando no meu corpo uma dor doce, vibrante, como uma marca invisível de posse. Minha posse sobre ela, por ter me dado aquilo.
A cesta de roupas sujas — lençóis manchados de vinho e sêmen, roupas rasgadas, minhas calças com terra e… algo mais escuro — era quase um troféu. O cheiro dela, misturado ao meu suor e ao sexo, impregnava o tecido como um perfume viciante.
Enquanto preparava a máquina, a banalidade da tarefa parecia um insulto à intensidade da noite. Elysa começava a confiar em mim. Confiava. No homem que, dias atrás, ela drogava e trancava no quarto. A ironia tinha sabor metálico. Como as coisas mudaram… ou talvez eu só tivesse deixado cair a máscara.
A pergunta veio como um corte: Por que mentiu? Por que disse ao pai que eu era seu namorado? Eu era um estranho coberto de sangu