Em "Entre o Tio e o Altar", Isadora sempre foi o exemplo perfeito de mulher controlada: noiva de Enzo Tavares, educada, discreta e prestes a viver o casamento ideal. Mas faltando poucos dias para o “sim”, a dúvida bate forte: e se ela nunca tiver realmente sentido o que é desejo de verdade? Decidida a experimentar o proibido antes de assumir um compromisso, ela marca uma noite secreta e ousada em um hotel. Porém, ao pedir pelo quarto do “senhor Tavares”, comete um erro fatal: quem a recebe não é seu noivo, mas Dante Tavares, o tio — mais velho, mais intenso e perigoso. Uma noite de pecado. Um toque que vira obsessão. E agora, Isadora precisa lidar com a culpa… e com a tentação de repetir o erro. Já em "O Pecado Entre Nós", Bianca Vasconcellos é traída pelo próprio namorado quando ele a aposta em uma mesa de jogos ilegais. Cercada por homens violentos, ela quase perde tudo — até ser salva por Igor Medeiros, um estranho tão intenso quanto sombrio. Ele não deveria significar nada. Mas dias depois, o destino revela seu jogo: Igor é filho do novo noivo da mãe de Bianca. Em poucas semanas, eles se tornarão irmãos por aliança. Mas como negar o que já queimou pele, corpo e alma? Ambas as histórias mergulham no limite entre certo e errado, desejo e destruição, culpa e prazer. E em meio a laços familiares perigosos, alianças inesperadas e amores que desafiam qualquer moral, só resta uma pergunta: Até onde você iria por um pecado?
Leer másIsadora Alencar
A saia de courino vermelha mal cobria a minha bunda, colada demais, curta demais, perfeita demais pra ignorar. O decote cavado mergulhava fundo entre os meus seios, fazendo meu coração bater como se pedisse socorro — ou permissão. Mordi o lábio, borrando de vermelho scarllet o dente da frente. O batom, vibrante e provocante, estava pronto para ser testado. E eu também. Ou pelo menos queria estar.
Ignorei o nó na garganta. Hoje seria a noite da resposta. Eu precisava saber — sexo era mesmo aquilo? Algo mecânico, duro, chato? Ou eu só nunca tinha sentido o que devia?
As mulheres dos vídeos diziam que o prazer começava na mente, no toque, na entrega. Mas como entregar um corpo que nunca se sentiu completamente livre? Terminei a maquiagem com a mão trêmula, mas firme o suficiente para acertar o delineado. Preto, perfeito, como uma flecha apontando o olhar. Os cachos estavam no lugar, o cabelo solto, negro, ondulado até a cintura. Encarei o espelho. E por um segundo, quase não me reconheci.
Sexy. Eu estava sexy. Provocante. Quase uma desconhecida. Mas uma desconhecida que queria se encontrar. O casamento com Enzo era na próxima semana — e antes disso, eu precisava descobrir se ainda valia a pena tentar.
Ele precisava saber se eu não era um caso perdido.
E eu… precisava saber se era mesmo tão fria assim.
A buzina soou lá fora. Meu estômago revirou. — Já vou! — gritei pela janela, a voz arranhada pela ansiedade. Peguei o sobretudo preto e o vesti como uma armadura, escondendo o corpo debaixo da roupa curta, colada e quase indecente. Me vesti feito uma vadia — me senti uma mulher.
Abri a porta. Duda me esperava com um sorriso malicioso e uma long neck aberta, que me estendeu sem cerimônia.
— E aí? Como você tá? — ela perguntou, já rindo.
— Nervosa. Trêmula. Insegura. — respondi me jogando no banco do carro, como se a noite fosse me engolir.
— Impossível, Isa. Você tá linda. Ficou maravilhosa na roupa que a gente escolheu. A gente treinou, assistiu todas aquelas aulas… amiga, eu tô me sentindo profissional, imagina você! — Ela deu partida e acelerou pela rua enquanto eu virava a garrafa na boca, sentia o líquido gelado descer queimando por dentro. E não era a cerveja — era o medo.
— Lembra do que eu disse. Luzes apagadas ou olhos fechados. Finge que tá dançando pra você mesma. Você quer saber? Então só vai saber se tentar.
Tentei engolir as palavras junto com a bebida. Tentei acreditar. E, mais do que tudo, tentei não fugir.
Mas por dentro, o desejo e o pavor dançavam juntos, como dois amantes proibidos prestes a explodir.
O hotel era luxuoso, discreto. A fachada de vidro refletia as luzes da cidade e os meus próprios reflexos, borrados pelo nervosismo e pela cerveja que ainda borbulhava no meu estômago. Duda parou o carro em frente à entrada e me lançou um último olhar cúmplice.
— Vai, Isa. Não pensa demais. Só sente.
Assenti. Meus dedos apertaram com força a alça do sobretudo. Desci do carro como quem entra numa arena. Não havia mais volta.Na recepção, respirei fundo e forcei um sorriso.
— Boa noite… Pode me informar o número do quarto do senhor Tavares?
A recepcionista, uma mulher bonita, de cabelos puxados num coque impecável, me lançou um olhar demorado — da cabeça aos pés — e depois torceu os lábios. Com um certo desprezo, pegou um cartão magnético da gaveta, o deixou pelo balcão sem dizer uma palavra.
Na hora, algo me travou por dentro.
Talvez ela tenha me confundido com uma acompanhante. Ou talvez o julgamento nos olhos dela fosse só reflexo do que eu mesma pensava de mim.
Peguei o cartão sem cerimônia, com o que restava da minha dignidade erguida como um escudo. Não seria um olhar atravessado que me tiraria do caminho. Não hoje.
Subi pelo elevador sozinha, me olhando conferindo em tudo. O silêncio metálico me engolia. A cada andar, o som do meu coração parecia mais alto. Quando a porta se abriu no décimo segundo andar, eu sabia que não tinha mais volta. Caminhei pelo corredor acarpetado, número por número, até encontrar a porta. 1207.
O cartão desIsaou, a luz ficou verde. Entrei.
O quarto estava quase às escuras, com apenas uma luz de abajur acesa. Tudo era silencioso, arrumado demais. A cama de casal feita, as almofadas perfeitamente alinhadas. Me aproximei devagar e sentei na beira. Fechei os olhos, tentando acalmar o próprio peito. O ar parecia mais pesado ali dentro.
Mas então, a maçaneta girou.
Virei de costas, instintivamente. O clique da porta fechando atrás de mim ecoou na minha espinha.
— Apaga a luz... — pedi, com a voz baixa. Uma parte de mim ainda queria fugir. A outra queria respostas.
Ele disse algo. — Por favor, não diz nada só...— Pedi, o suspiro foi fundo.
Só apagou sem aquelas perguntas.
A escuridão tomou conta do quarto. Meu corpo tremeu por um segundo. Mas a adrenalina me moveu. Desabotoei o sobretudo com um puxão, deixando-o cair ao chão, me vi exposta. A saia vermelha brilhava, o decote, as curvas. Tudo ali. Peguei meu celular, dei play na playlist sensual.
De olhos fechados, comecei a dançar, deslizando as minhas mãos pelo meu corpo, o meu cabelo.
Lenta. Provocante. Meus quadris se movendo ao som da minha própria coragem. Rebolei, girei o corpo, passei as mãos pelas pernas, pela cintura, pelos seios. Senti meu corpo aceso. A cerveja ajudava — soltava, incendiava, a luz amena do abajur, só me revelava a sombra.Percebi a presença dele na poltrona, ao fundo. O vulto alto, largo, silencioso. Cheguei até ele com passos felinos. Subi no colo com naturalidade, como se soubesse o que estava fazendo. Como se meu corpo tivesse memória.
— Você tá gostando...? — murmurei, quase num sussurro.
Ele continuava calado, mas a respiração mais forte entregava a excitação. Era forte. Os braços firmes. O peito largo sob a camisa social.
Subi as mãos pelo seu pescoço, puxei seus cabelos com suavidade, escorreguei os lábios pelo contorno do maxilar até encontrar sua pele quente. Beijei. Chupei. Mordi. Senti um arrepio percorrer sua espinha. Um gemido abafado escapou por entre seus lábios.
— Hm... — saboreei o som como se fosse resposta.
Abri os botões da camisa, um por um. Revelei o peitoral definido, o cheiro másculo invadindo minhas narinas. Franzi o cenho. Estranhei o perfume. Era diferente do que ele usava. Mais amadeirado. Mais forte, ele havia trocado, não me lembrava.
Mas ignorei.
Subi no colo dele, roçando meu corpo contra o dele, sentindo o volume pulsante sob a calça. Sorri, embriagada pela sensação. Me movi, provocando. Ele reagia. As mãos pousaram em minha cintura, firmes, mas contidas.
Excitação. Jogo. Fome.
Suas mãos grandes me agarravam, quando neguei. — Não, hoje sou eu quem mando. — Disse escorrendo pelos os seus dedos, me agachando a sua frente, eu sabia que ele estava louco pelo o meu boquete, sempre pedia, e o segredo era, apenas pensar em coisas boas, sorvete, pirulito, aquela mulher disse no video.
Abri os botões da sua calça, o ziper devagar, quando o seu pau foi arrastado para fora da cueca, tudo que vinha a minha mente, era a voz daquela mulher, mandando chupar, lamber, me labuzar. Engoli em seco pelo tamanho, parecia maior do que eu recordava.
E sequer olhei para ele, me curvei sobre o pau grande e volumoso, brilhando, chupei de leve a cabeça, depois baixo para cima com a lingua, segurando bem a cabeça, fiz e refiz o movimento ouvindo murmurios do homem se contorcer, proferir xingamentos baixos, a voz rouca, grossa até que ele se colocou de pé a minha frente. — Eu quero foder a sua boquinha. — Acariciou o meu rosto de leve.
A sua mão foi a minha nuca. — Tem certeza que quer, princesa? — Eu estava para jogo, a minha boceta já estava molhada só com a voz dele, me dizendo que eu estava indo bem, que quando ele começou a por na minha boca, aos poucos. — Que boquinha apertada você tem, minha delícia, ooh, isso, eu vou foder a sua garganta, princesa. — Proferria em sussurros, como se fosse uma prece.
Assenti, olhando para cima, comtemplada apenas pela penunbra na escuridão. A luz do abajur não nos alcançava, era distante, insuficiente, eu já estava enervada, a minha boca aberta, o seu pau deslizava para dentro e para fora, numa facilidade. — Hmmm...hmmm.— Eu gemia, murmurrava, aquilo era mais que delicioso.
Que quando reassumir o controle, segurando pela base e bati na lingua, a mulher do video disse que eles gostavam disso.
— Você gosta de provocar — ele murmurou, com a voz baixa e rouca, como se tivesse se contido até ali por puro prazer. Ri, mas o homem me puxou para si, suas mãos brutas foram dos meus braços a minha cintura rapidamente.
As mãos dele subiram pela minha cintura, firmes, decididas, e desIsaaram pelas minhas costas nuas, puxando meu corpo ainda mais contra o dele. O calor dele me envolvia, e eu me sentia acesa por dentro, como se cada toque acendesse um fósforo na minha pele.
Minha respiração já era ofegante, curta. O couro da saia esquestava mais.
Mas não parei.
Inclinei o corpo para trás, exibindo meus seios apertados pelo decote, passando as suas mãos por cima deles, massageando enquanto ele me apertava. Senti a boca dele me devorando no escuro,chupando cada curva que eu oferecia, pescoço, ombro, orelha.
— Hoje... eu quero saber — sussurrei, me inclinando até ficar com os lábios colados na orelha dele — se sou mesmo fria... ou se ninguém nunca soube me acender.
Mordi de leve seu lóbulo.
Ele gemeu baixo.
A penumbra deixava tudo mais intenso, até que me virei, o empurrei para a poltrona.
Sentei sobre ele, a sua mão foi rápida puxando a minha calcinha, tocou o seu sexo, me acariciou com os seus dedos, me fazendo gemer, aquilo não era bom, era uma verdadeira perdição, até que ainda me tocando, ele me pincelou com o seu pau.
Um gemido abafado escapou da minha garganta quando o senti me preenchendo devagar, centímetro por centímetro. Ele era quente, grosso, profundo. Me agarrei aos ombros dele enquanto começava a cavalgar com lentidão, sentindo cada pulsar, cada toque dele dentro de mim.
Abri os olhos devagar.
O quarto estava escuro.
Era como se não ver nos libertasse. Como se o mistério aumentasse o desejo.
As mãos dele agarraram meus quadris, guiando meus movimentos. Eu rebolava, subia e descia, o som molhado e sujo do nosso encaixe ecoando pelo quarto abafado. Meus cabelos caíam sobre o rosto dele enquanto ele lambia meu colo, chupava a curva dos meus seios, puxava meu mamilo com os dentes por cima do tecido.
— Porra... você não é fria. É lava — ele gemeu, a voz embargada de tesão.
Inclinei o corpo para frente e beijei sua boca. Quente. Molhada. Fome.
Nossas línguas se encontraram, e ali não tinha mais certo, errado, nome, casamento, promessa.
Só instinto.
Acelerei os movimentos, sentindo minha barriga endurecer, a pressão se formar entre minhas pernas como uma explosão prestes a acontecer.
Ele me virou de costas, sem sair de dentro. Me colocou de quatro sobre a cama, arrancou minha calcinha com um puxão e me penetrou por trás, com força. — Ah! —Gritei. De prazer.
As estocadas eram profundas, ritmadas, deliciosamente sujas. O som dos nossos corpos colidindo se misturava aos gemidos dele, aos meus. As mãos dele apertavam minha cintura, minha bunda, uma delas subiu pelas minhas costas e puxou meu cabelo, me fazendo olhar para trás.
— Quer saber o que é sexo de verdade? — ele rosnou. — Então sente.
E estocou mais fundo.
Eu senti. O corpo todo. O grito preso. A explosão. Gozei com um tremor que me fez perder a força nos braços, meu corpo inteiro se contraindo ao redor dele. Senti quando ele também gozou, logo depois, com um gemido abafado, quente, marcando minha pele.
Silêncio.
Respiração ofegante.
Ainda dentro de mim.
Caímos de lado. Meus olhos estavam fechados. Meu coração ainda batia como se quisesse sair pela boca. Quando recobrei a razão, senti a pele dele contra a minha. O cheiro dele. O suor. O perfume... que ainda não era o do Enzo.
ISADORA TAVARES Se alguém me dissesse anos atrás que eu terminaria assim — deitada num campo florido, com um bebê mamando em meu peito, outro chutando o barrigão e o mais velho correndo atrás do pai no meio do pomar — eu teria rido. Ou chorado. Talvez os dois.Mas aqui estou.Vivendo uma paz que parecia impossível.Sendo chamada de “mamãe” vinte vezes por hora.Amada de um jeito que ainda me parece surreal.Dante construiu uma casa com as próprias mãos — ou melhor, com a força da vontade dele. Longe da cidade, do concreto, dos contratos. Uma casa com varanda de madeira, balanço de corda e cheiro de bolo toda tarde.Ele diz que foi aqui que descobriu o que era viver.E eu? Eu só posso agradecer.O restaurante cresceu tanto que agora tenho uma equipe que cuida de tudo, enquanto eu me divido entre panelas e fraldas. Ainda escrevo receitas de madrugada, ainda sonho alto, ainda brigo com os fornecedores quando atrasam os morangos. Mas agora eu volto pra casa com o coração cheio, sabendo q
DANTE TAVARESAlgumas coisas a gente só entende quando o silêncio vira casa, e o colo vira mundo.Eu passei a vida toda achando que felicidade era poder. Era dinheiro, era controle, era sentar à frente de uma mesa cercada por homens que tremiam ao ouvir meu nome.Eu me enganei.Hoje, minha mesa é o tapete da sala, forrado com brinquedos, uma mamadeira de um lado, e o corpinho sonolento do Lorenzo no meu colo. Ele resmunga, procura o peito, mesmo depois de já ter mamado. E quando Isadora passa, com aquele vestido leve e os cabelos presos de qualquer jeito, ele se agita, como se o mundo só fizesse sentido se ela estivesse por perto.E faz.Ela é o norte de tudo que eu me tornei. É a raiz do homem que renasceu depois da escuridão.Eu deixei o trabalho. Assinei as transferências, entreguei as ações aos funcionários mais leais. Cada negócio, cada contrato, cada sala escura — ficou no passado. Pela primeira vez, não me doeu abrir mão de nada. Não era perda. Era libertação.Porque o que eu c
ISADORA ALENCARO cheiro de pólvora ainda impregnava minhas narinas.Meus dedos tremiam ao redor da arma. Ela pesava como chumbo na minha mão, como se fosse um fardo do qual eu nunca mais conseguiria me livrar. Meus olhos fixos em Enzo, que cambaleava para trás, a mão tentando alcançar o ombro ensanguentado.Ele caiu sobre a cama como um boneco de pano — fraco, derrotado, humano.A respiração me faltou. O quarto girou.— Meu Deus… — sussurrei, a voz fraca, como se eu fosse outra pessoa. — Eu… eu só…O som do meu próprio coração abafava tudo. Era como um tambor em guerra, ensurdecedor. O gosto metálico na boca, a garganta seca, as pernas quase cedendo.E então, braços.Os braços dele.Dante.Seu corpo colidiu com o meu num abraço feroz. Seus olhos buscaram os meus com desespero e ternura, como se quisesse me reconstruir só com o olhar.— Tá tudo bem, amor. Tá tudo bem... — ele murmurava, sua voz rasgando minha alma como uma canção de acalanto e dor. — Você só se defendeu. Você salvou a
DANTE TAVARES— Isso não é assunto para o momento, Álvaro. — Falei com calma, com a frieza que aprendi a dominar ao longo dos anos, tentei me afastar, ainda de mãos dadas com Isadora, quando ele me segurou pelo braço. — E quando será? Quando formos expulso deste lugar? Ao menos a mansão não vai nos tomar não é?—Como você tem a coragem de me abordar com essa conversa, no velório do nosso pai?Ele nem pestanejou. Mantinha o mesmo olhar cínico de sempre, aquele que só me despertava nojo.— Acontecendo, acontece com todos, irmão. É só a vez dele — disse, dando de ombros, como se falasse de qualquer coisa, menos da morte do homem que nos colocou no mundo.— E quando for a sua vez, quer que eu diga isso também? — retruquei, mantendo a voz baixa, mas firme, letal. — Ou vai querer que alguém chore por você?Enzo apenas observava, agora sentado num canto, cabeça baixa, os olhos vermelhos de chorar. Estava destruído… mas distante. Desligado do mundo. Álvaro sempre fora a raiz mais fraca da fam
Isadora AlencarEu sempre vi um Dante forte. Rígido. Incurvável. Ele se escondia atrás de uma postura impenetrável, mas seus olhos… ah, os olhos dele sempre o entregaram. Ou talvez fosse apenas eu que tivesse atravessado as barreiras que ele tentava manter de pé — muros que ele mesmo já não conseguia sustentar diante de mim.E quando ele desabou no meu ombro, entre soluços sufocados e perguntas sem resposta, algo em mim mudou. Foi ali que eu compreendi. A dor do filho esquecido, apagado da memória de um pai que, ao reconstruir sua vida, deixou-o à margem. Um menino deixado de lado quando o pai se casou de novo, quando formou outra família — e ignorou a que já existia.Entendi o porquê da frieza, da inacessibilidade. Entendi o vazio nos olhos do homem que foi o primeiro a tocar minha alma e meu corpo de maneira tão brutal e intensa. Entendi por que só o conheci vestida como uma prostituta em um quarto de hotel, confundindo-o com o meu ex-noivo. Entendi por que o nome "Dante" nunca foi
Dante TavaresAjoelhei-me diante dela, sentindo o calor que emanava da sua pele nua, brilhando sob a luz tênue do abajur. O aroma doce e selvagem do seu corpo invadia minhas narinas — uma mistura hipnótica que me deixava louco. Quando meus lábios tocaram os seus, um incêndio se espalhou por dentro de mim, consumindo qualquer dúvida ou resistência.— Isadora — murmurei, a voz baixa, rouca, carregada de desejo — cada centímetro seu é uma promessa que preciso cumprir. Não é só o seu corpo que me enlouquece, é o seu espírito, a força que você tenta esconder, mas que me atrai como um ímã.Suas mãos tremeram ao se agarrar à minha nuca, puxando-me para mais perto, como se precisasse se certificar de que eu era real, que não era um sonho impossível. Senti seu corpo inteiro respondendo ao meu toque; cada suspiro, uma confissão muda, um convite ardente.Desci lentamente pelo seu pescoço, beijando cada pedaço de pele exposta, enquanto a tensão se transformava em pura entrega. Ao alcançar seu peit
Último capítulo