DANTE TAVARES
Ela estava ali.
Com aquela farda branca colada ao corpo como uma segunda pele. O jaleco impecável, os botões fechados até o pescoço como se aquilo bastasse pra esconder as curvas que eu conhecia com a palma da mão. O avental amarrado na cintura estreita destacava as curvas perigosas debaixo daquele jaleco fechado até o último botão, como se aquilo fosse suficiente pra conter o que ela carregava. Quadris fartos, coxas firmes, cintura estreita. O cabelo preso num coque severo, como se quisesse provar que era profissional, centrada, inatingível.
Mentira.
Ela era pura tentação vestida de chef. E sabia disso, desde os lábios marcados pelo batom nude, aos olhos intensos, acesos.
— Enzo acha você brilhante. — falei, a voz seca, cruzando a distância até ela com passos lentos, calculados. — Mas eu gosto de ter certeza por mim mesmo.
Ela manteve o queixo erguido, mas eu vi. O vacilo nos olhos. O medo que ela disfarçava com arrogância.
— Vim aqui por causa do menu executivo, não d