Isadora estava noiva, prestes a se casar, até que uma noite de bebedeira e esquecimento muda tudo. Ela acorda ao lado de um estranho irresistível, nu, numa cama que não é a sua… e com a aliança de noivado ainda no dedo. Desesperada para entender o que fez, foge sem olhar para trás. Mas o destino é cruel, e cheio de ironias. Meses depois, ela é apresentada oficialmente à família do noivo… e o pai dele é o homem com quem passou a noite inesquecível. Agora, Isadora está dividida entre a culpa e o desejo, entre o dever e a tentação, entre o noivo… e o homem que a faz queimar por dentro. Quanto tempo se pode guardar um segredo proibido antes que ele destrua todos ao redor?
Ler maisCapítulo 1
Isadora abriu os olhos pouco antes do amanhecer. A dor em sua cabeça latejava como marteladas constantes. Ela havia bebido demais na noite passada. Sabia disso. Sentia o gosto amargo do arrependimento na boca antes mesmo de se lembrar do que, exatamente, havia feito. Franziu o cenho ao sentir um calor estranho ao seu lado. Engoliu em seco antes de pensar em olhar. Ergueu o olhar devagar, temerosa do que poderia encontrar. Por um instante, seu coração acelerou com a ideia de ter perdido sua pureza com o noivo, um passo que não estava pronta para dar. Mas o homem ao seu lado... não era ele. — Ah, meu Deus... — murmurou sem acreditar no que estava vendo. Sob os lençóis, outro homem. Nu. Outro rosto. Másculo. Belo. Os cabelos loiros estavam bagunçados pelo travesseiro, e ele dormia profundamente, alheio ao desespero que se formava dentro dela. Mais uma vez, engoliu seco e o sangue sumiu de seu rosto por um momento. - Meu Deus... o que eu fiz? - sussurrou, sentindo o mundo girar de novo, mas agora por um motivo bem mais perigoso do que o álcool. Seu olhar foi sobre a mão esquerda. A aliança de noivado no dedo anelar, e, mais uma vez, ela engoliu seco. O símbolo da promessa com outro homem agora parecia pesar toneladas em sua mente desconexa. Como tinha ido parar naquela cama? Por que estava ali, com um desconhecido, nua, sob os mesmos lençóis? Nenhuma lembrança. Nenhum lampejo. A mente era um vazio angustiante. Ela respirou fundo, tentando conter o pânico. Com cuidado para não fazer barulho, afastou-se da cama, sentindo o frio do chão sob os pés descalços. Estava completamente nua. O ar gelado do quarto arrepiava sua pele. Começou a procurar suas roupas, catando-as pelo quarto como quem junta os pedaços de um enorme erro. O vestido estava jogado sobre a poltrona. O sutiã pendurado na maçaneta da porta. E por fim... Ela estreitou os olhos. - Não pode ser... - murmurou. A calcinha branca, delicada, estava pendurada... no ar-condicionado. - Ai, Jesus... - sussurrou, levando a mão à testa. Cada peça de roupa que vestia era como um gatilho em sua memória. Um flash invadiu sua mente como um raio atravessando a neblina. Ela, sentada no colo dele. As mãos grandes e quentes percorrendo suas costas nuas, deslizando devagar. Um suspiro escapando de seus lábios. O calor subiu pelas bochechas, queimando de vergonha. — Como...? Como...? — calou-se e apressou-se a vestir a roupa, tentando bloquear as imagens, mas seu corpo parecia lembrar do que a mente insistia em esquecer. Outro lampejo. Ele deitado sobre ela. A respiração pesada. A boca dele na curva do seu pescoço. O som grave de sua voz dizendo o quanto ela era linda... e o modo como seu nome escapou entre suspiros: - "Isadora..." Ela engasgou tentando fechar o sutiã. - Que droga... - murmurou, sentindo as pernas vacilarem por um segundo. Colocou a calcinha por último, depois de alcançá-la no ar-condicionado, tentando não pensar no porquê de ter ido parar ali. Mas era impossível. A cada nova memória, mais difícil ficava entender como tudo aquilo aconteceu... E ainda mais difícil era negar o desejo de reviver. Ela fechou os olhos com força. E então viu. Ele ajoelhado aos seus pés, os dedos das mãos firmes deslizando por suas pernas torneadas, tirando a calcinha devagar. A peça deslizou por seus tornozelos e, quando ele a segurou, girou-a no dedo com um sorriso torto... até fazê-la desaparecer na palma da mão. Como um truque de mágica sensual. - Meu Deus... - sussurrou, num fio de voz, pressionando a testa com a mão. Estava enlouquecendo. Só podia estar. Mas o pior, ou o melhor, ainda viria. Outra lembrança, mais viva. Ele acariciando suavemente o interior das suas coxas, subindo devagar, com os olhos fixos nos dela. E então... O rosto dele desceu. Ela puxou o ar de repente. As mãos trêmulas seguraram a beirada da cama. Ele não parou. Nem por um segundo. E ela... se entregou. Até que seu corpo foi levado a um clímax tão profundo, tão avassalador, que a lembrança da sensação fez suas pernas vacilarem outra vez. - Eu... eu fiz isso... - sussurrou, horrorizada. Ou extasiada. Ou os dois ao mesmo tempo. Após se vestir, se aproximou do espelho, ajeitando os cabelos com os dedos trêmulos. A maquiagem estava borrada, não tinha como limpar e retocar. Respirou fundo. Precisava sair dali. Virou o rosto devagar e lançou um último olhar para o homem adormecido na cama. Ele parecia em paz. Másculo. Bonito. Imperturbável. Como se não tivesse acabado de virar o mundo dela de cabeça para baixo. Ela pegou a bolsa no chão, o celular em cima da cômoda... E então parou. O coração disparou no peito. Uma notificação piscava na tela. "ISADORA, ATENDE! Aconteceu um acidente com SEU TIO JORGE. Estamos indo pro hospital agora!" O chão pareceu sumir sob seus pés. - Não... não agora... - sussurrou, o sangue gelando nas veias. Com mãos trêmulas, pegou os saltos e saiu do quarto sem fazer barulho, andando na ponta dos pés. Os músculos ainda doíam da noite intensa ou talvez fosse só o nervosismo. Ou a culpa. Ou os três. Chegou até o elevador descalça, tentando manter-se ereta. Apertou o botão. Silêncio. De repente, uma porta à sua esquerda se abriu com um rangido. Um senhor muito idoso apareceu no corredor. Usava um robe gasto, chinelos e segurava uma xícara de café tremendo levemente nas mãos. Ele olhou para ela de cima a baixo, um sorrisinho safado surgindo no canto da boca enrugada. Deu uma piscadela descarada. - Vem cá, boneca... - disse, fazendo um gesto com o dedo enrugado para que ela se aproximasse da porta dele. Ela arregalou os olhos, paralisada por um segundo. Um arrepio subiu pela espinha. O elevador apitou. Ela deu dois passos rápidos para dentro, apertando o botão de fechar com força, com a respiração presa no peito. Quando a porta se fechou, o velho ainda sorria, parado no corredor. *** Ele despertou com a sensação rara de um corpo completamente revigorado. Cada músculo parecia relaxado, após viver uma noite de prazer absoluto. Inspirou fundo, sentindo o perfume suave e doce que estava impregnado nos travesseiros e o enlouquecia. Virou-se para tocá-la, ainda sonolento, desejando reencontrar a pele quente contra a sua. Mas sua mão encontrou apenas o vazio. Frio. E o silêncio. Abriu os olhos, devagar, e o peito contraiu ao ver o espaço ao seu lado completamente vazio. Sentou-se num impulso. As roupas dela tinham sumido. Ele se levantou, nu, os pés afundando no tapete macio. Caminhou lentamente até o centro do quarto, como se ela pudesse surgir de algum canto. Nada. Franziu o cenho. A única coisa que sabia sobre ela... era o primeiro nome. Isadora... E, agora, nem isso parecia real. - "Shit!"Capítulo 137Alexander tentava manter o semblante firme depois daquela afronta. Puxou a esposa ainda mais para perto, como se o abraço da dança pudesse servir de escudo contra a ousadia alheia. Estava cansado daquele rapaz. Os nervos latejavam, a raiva queimava sob a pele, e sua vontade era mostrar-lhe, de forma dura e inegociável, como se respeita as pessoas, sobretudo a mulher do próximo."Garoto idiota."— Alex... — a voz suave de Isadora o trouxe de volta, ao perceber a rigidez em seu corpo. — Está tudo bem?Ele a fitou nos olhos. Tão inocente, tão entregue. Não, não estava tudo bem. Mas jamais deixaria Richard vencer, jamais deixaria que a tragédia prometida se cumprisse. Ele suspirou fundo e a beijou nos lábios. Richard viu de longe, ergueu uma sobrancelha e saiu de mansinho.Um tempo depois, Alexander olhou de relance para o relógio. Haviam se passado quase duas horas desde a chegada, e tudo transcorria aparentemente bem, apesar da presença incômoda de Richard, que rondava o am
Capítulo 136Assim que entrou na sala, Isadora foi surpreendida pelo sorriso caloroso de Richard.— Parabéns pelo bebê, Isadora.Ela agradeceu, emocionada, e os dias seguintes se transformaram em uma rotina de tranquilidade e felicidade. Durante os próximos quatro meses, sua vida foi marcada por momentos leves, cuidados do marido e uma sensação de que tudo estava finalmente no lugar certo.Numa tarde de sábado, estavam na loja escolhendo roupas para um evento beneficente da empresa. Isadora analisava um vestido elegante, de tecido macio e corte impecável, enquanto ele experimentava algumas opções no provador.Poucos minutos depois, a cortina se abriu e lá estava o marido: alto, impecável no smoking preto, caimento perfeito que realçava ainda mais sua postura.Isadora não conseguiu disfarçar o sorriso de admiração.— Meu Deus… você está lindo! — exclamou, levando a mão à boca como se fosse uma revelação.Ele ajeitou a gravata, divertido com a reação dela.— Espero estar à altura de te
Capítulo 135Alexander entrou no quarto devagar. Isadora, virou o rosto para ele. Ela estava radiante.Ele se aproximou, sem desviar o olhar, e tomou a mão dela entre as suas.— Você volta comigo para a mansão — disse, carinhoso. — Eu não vou permitir que você passe por isso sozinha.Ela respirou fundo.— Alexander… eu...Ele balançou a cabeça, inclinando-se para beijar a testa dela.— Você é minha esposa. A mãe dos meus filhos. Não existe nada mais importante para mim.Ela o encarou, emocionada.— Eu vou cuidar de você, de cada detalhe, de cada instante. Vai morar na mansão comigo novamente, terá tudo o que precisa… e nunca mais vai se sentir sozinha.Ela deixou escapar uma lágrima.— Eu… eu tenho medo, Alex.Ele se sentou na beira da cama, segurando o rosto dela entre as mãos.— Eu sei. Mas vou estar ao seu lado. Sempre.Nesse instante, o coração dela se apertou. Era impossível resistir àquela determinação que queimava nos olhos de Alexander.— Então… eu volto com você — ela sussurr
Capítulo 134A semana passou num ritmo intenso, com a constante dedicação de Isadora em manter a vida equilibrada entre o trabalho e os filhos.Richard, sempre observador, não deixava de notar os silêncios dela, a forma como desviava o olhar quando o assunto esbarrava em sua vida pessoal. Ele estava curioso, queria saber se ela realmente havia se divorciado, mas nunca ousava perguntar.Isadora, por sua vez, parecia determinada a não abrir espaço para conversas íntimas, mantinha-se profissional, focada.Na sexta-feira, pela manhã, eles estavam na sala de Richard. Ele repassava alguns detalhes a serem acrescentados em sua agenda, e ela, como sempre, tomava nota, organizando cada detalhe com eficiência.De repente, a caneta escorregou de seus dedos.- Isadora? - Richard a olhou, estranhando a palidez súbita que tomou conta dela.Ela piscou várias vezes, tentando se concentrar nas palavras que ele dizia, mas sua visão começou a embaçar.As letras nas folhas diante dela se confundiam, qual
Capítulo 133Alex se inclinou e beijou o rosto da filha com carinho.— Sara logo, meu amor. Se até o fim de semana você estiver boa, levo vocês no circo.Os olhinhos cansados da menina brilharam e um sorriso frágil se abriu em seu rosto.— Nós cinco? Como antes da mamãe ir embora?Alex assentiu.— Isso mesmo. Todos nós juntos.— Tá bom... — disse ela baixinho. — Vou descansar bastante pra sarar.Ele acariciou os cabelos dela e se levantou.— Vou conversar um pouco com a mamãe e já volto.— Tá bom, papai... vou dormir só mais um pouquinho.A menina fechou os olhos devagar, e Alex esperou alguns segundos, certificando-se de que ela estava tranquila. Então, saiu do quarto junto com a ex-esposa.Do lado de fora, ele respirou fundo antes de falar:— Vai voltar comigo hoje... não vai?Alex a encarou por alguns segundos, esperançoso.— Eu vou voltar pra casa, mas não vai ser hoje. Eu... preciso de um tempo.Ele suspirou, desapontado, mas compreendendo o lado dela. A vontade de insistir queim
Capítulo 132A cabeça dela repousava no peito dele, o calor do corpo de Alexander a envolvendo como um refúgio seguro. Murmurava palavras baixas, quase inaudíveis, como se falasse apenas para si mesma.Ele fechou os olhos, tentando decifrar os sussurros que misturavam confissão, desejo e fragilidade. Cada sílaba perdida nos lábios dela parecia querer lhe contar um segredo que escapava à sua compreensão, e isso o deixava ainda mais preso àquele momento. Ouvindo os sussurros dela, um arrepio percorreu sua espinha.— Sim, meu amor? — murmurou baixinho, aproximando-se ainda mais, segurando o rosto dela.Ela fechou os olhos, sentindo o calor dele envolver seu corpo, cada palavra, cada toque trazendo lembranças e desejos reprimidos.— Eu… não quero mais ficar longe de você — disse ela, quase em um gemido, as mãos trêmulas segurando a camisa dele.Alexander sorriu, a intensidade nos olhos denunciou seu alívio, e inclinou-se para beijá-la suavemente nos lábios, num toque cheio de ternura e am
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