Narrado por Zalea Baranov
O silêncio entre nós era espesso como neblina em um cemitério abandonado. Cada segundo não dito era um sussurro de destino, uma lâmina suspensa sobre minha garganta. Leonid não me oferecia uma vida; ele me oferecia um cativeiro de ouro, cercado por paredes de cetim e promessas de proteção. Luxo, sim. Segurança, talvez. Mas liberdade? Liberdade era o que escorria entre meus dedos no instante em que segurei sua mão.
Ele era o tipo de homem que não se dividia entre o mundo e o amor. Ele era o mundo, e o amor… bem, esse era o preço.
Mesmo assim, havia algo em mim — talvez o que restava da minha juventude ferida — que ansiava por estar ao lado dele. Não por tolice ou romantismo, mas por uma rendição cansada. Era mais fácil se entregar ao predador do que fugir para sempre dele. O calor de sua pele era um feitiço. Seus dedos, uma cela acolchoada.
— Vamos acabar logo com isso — murmurei, minha voz como um sopro de vento atravessando um campo de cruzes. Eu não sabia s