Narrado por Zalea Baranov
Ele achava que eu me partia.
Que meu corpo cedia porque minha alma havia fugido.
Mas a verdade é que ela estava mais viva do que nunca.
Mais afiada.
Mais cruel.
Seus lábios tocaram meu pescoço como se eu fosse um prêmio.
Como se, enfim, ele tivesse vencido.
— Você está tão linda assim, toda minha…
A bile subiu até a garganta, mas sorri. Sorri como quem ama.
— Fale mais, Zaiden — murmurei. — Diga que me quer. Que sou sua.
Quero ouvir.
Ele riu baixo, embriagado de domínio.
Suas mãos exploravam com voracidade doentia,
mas meus olhos…
Ah, meus olhos já buscavam o fim.
Ali, sobre a prateleira de madeira envelhecida,
o gancho de ferro que sustentava as correntes antigas.
A ponta quebrada. Pesado.
E ao alcance da minha vingança.
Me curvei para beijar sua clavícula, deixando que sua cabeça pendesse.
Ele gemeu, e minha mão deslizou pelas costas dele até se fechar em volta do gancho.
— Sabe o que é mais bonito em você, Zaiden? — sussurrei, com os lábios colados ao seu