Narrado por Zaiden Marevick
Depois de ser jogado num porta-malas como um cachorro fedorento, fui arrastado como um boi ao abate. De Don à ruína, de poder à miséria — eu não era mais nada. Apenas carne pulsando dor.
Minhas costas rasgavam contra o chão frio e áspero, cada pedra parecia sussurrar meu nome com desprezo. O coração da sede dos Raskolnikov me engolia com fome ancestral, e o sangue que escorria do meu rosto parecia uma oferenda miserável para um altar de vingança.
Minha obsessão me levou até aqui — até o submundo de um homem que eu tentei desafiar tomando aquilo que mais o mantinha vivo: Zalea.
E agora, nada mais importava. Nem o trono, nem o nome. Minha própria família, outrora escudo e espada, virou o rosto. Meu pai me avisou, com aquela calma cruel de um Marevick cansado: “Se você cruzar essa linha, Zaiden, estará só. Sua ruína será sua.”
Ele sabia.
Fui jogado contra a parede de pedra. Um estalo veio da clavícula. Riso ao redor. Riso e botas.
— Olha só o príncipe do infer