Narrado por Zalea Baranov
A noite chegou como um sussurro arrastado, vestida de sombras e lembranças. Havia silêncio no quarto, mas dentro de mim, as vozes gritavam.
Leonid adormeceu ao meu lado, a mão ainda repousando sobre minha barriga, como se quisesse proteger não só a mim, mas também a promessa que ali crescia. Era um gesto tão simples, mas nele havia um amor tão profundo, tão desesperado, que quase me fez chorar de novo.
O luar invadia a janela, prateando a colcha e o contorno do rosto dele. Seus traços fortes agora pareciam infantis, vulneráveis. Como se, ao dormir, ele abrisse a guarda que nunca mostrava ao mundo. Don, sim. Mas ali, ao meu lado, apenas homem. Meu homem. Meu lar.
Fechei os olhos.
Mas o sono não veio como refúgio. Veio como punição.
Ele estava lá.
Zaiden.
Entre névoas e estalidos de ossos, ele surgia, caminhando sobre o chão do meu subconsciente com os mesmos sapatos que usava quando esmagava minha esperança.
— Você achou mesmo que tinha se livrado de mim, Pla