Narrado por Zaiden Marevick
A noite descansava sobre Moscou como um manto de luto. As janelas pareciam olhos fechados, e as ruas, túmulos que guardavam segredos demais. O frio não era só de fora — ele habitava meu peito, corroendo cada tentativa de manter a mente longe de um nome que se repetia em mim como um sussurro amaldiçoado.
Zalea.
Aquela garota…
Não, não apenas uma garota — ela era uma cicatriz anunciada, uma tempestade silenciosa que invadiu meu mundo sem pedir licença. O que começou como jogo, curiosidade ou até estratégia, agora me dilacerava por dentro.
Fazia uma semana desde que a vi pela última vez. Sete dias em que minha sanidade se transformava em ruína. Viktor, sempre atento, me informou que ela não retornou à pista. Nenhum passo sobre o gelo, nenhuma sombra deslizando. Apenas silêncio. E ausência.
Ausência.
Que palavra miserável.
Recostei-me na cadeira do escritório, os cotovelos cravados na madeira fria e os dedos nas têmporas. A cabeça latejava, mas não era dor fís