Narrado por Leonid Raskolnikov

O silêncio era espesso como fumaça de cigarro em um quarto fechado, pairando pesado no ar quando a porta dupla se abriu com um ranger grave, e Nazar entrou. O rosto dele era de pedra, mas seus olhos carregavam a urgência contida de quem carrega más notícias ou grandes augúrios.

— Don, os convidados começaram a chegar para a reunião da máfia. Estão à sua espera no salão principal.

Ao meu lado, o som sutil de Zalea respirando fundo soou mais alto que as palavras de Nazar. Apertei sua mão com firmeza, como se segurá-la fosse meu único escudo contra tudo o que viria.

— Está pronta para isso? — perguntei em um sussurro seco, audível apenas ao fio de sua alma.

Ela ergueu o rosto até mim, e nos olhos dela havia um incêndio sem freios — o tipo de chama que não se apaga, apenas consome.

— Nasci para isso.

Sorri com o canto da boca, um gesto quase imperceptível, arrastando meus dedos pela linha delicada de seu maxilar. Era uma prece muda antes da guerra.

— Traga o