🔥 PÓS-GUERRA. SUÍTE 707. FOUR SEASONS PARIS. 22h07.
SilĂŞncio.
Mas nĂŁo aquele silĂŞncio de paz.
É o silêncio depois do apocalipse.
O ar ainda pesa.
O cheiro de sexo, suor, pele queimada de desejo e promessas que ninguém ousa falar…
gruda na parede, no lençol, na alma.
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Dante tá largado no centro da cama.
Peito subindo e descendo pesado.
Braço estendido atrás da cabeça.
O outro? Segurando a cintura dela… como se, se soltasse… ela evaporasse.
Valentina tá deitada de lado.
Perna cruzada no quadril dele.
Cabelo desgrenhado.
Boca mordida.
Pescoço cheio de marcas — da boca dele, dos dentes dele, das mãos dele.
Ela parece uma obra pĂłs-guerra.
DestruĂda. Bagunçada. Indecente.
E linda.
Linda como o pecado premium vendido em leilĂŁo.
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Ela tenta se mexer.
Levanta o tronco, apoiando no cotovelo.
— Eu devia te denunciar. — murmura, a voz rouca, falhada, meio riso, meio acusação.
Dante vira o rosto.
Olhar lânguido.
Mas ainda perigoso.
Aquela mistura de pĂłs-orgasmo e prĂ©-domĂnio eterno.
— Por quê? — pergunta, voz arrastada, suja, grave, — Por destruiç