Luz suave atravessa as cortinas de linho.
O cheiro no quarto nĂŁo Ă© de hotel.
NĂŁo Ă© de perfume.
NĂŁo Ă© de flores.
Ă de sexo.
De tesĂŁo.
De possessĂŁo.
De dois corpos que passaram a noite inteira⊠quebrando todas as regras.
O lençol bagunçado.
Roupas jogadas no chĂŁo.
Calcinha pendurada no abajur.
Salto no sofĂĄ.
Camisa dele no lustre.
Cueca? Deus sabe onde tĂĄ.
E no meio desse caos sensual⊠ela.
Valentina.
Deitada de barriga pra baixo.
Costas nuas.
Cabelo vinho todo bagunçado.
Marca dos dentes dele no ombro.
Unhas dela riscadas nas costas dele.
O som que preenche o quarto?
A respiração dele.
Dante Moreau.
Deitado de lado.
Braço pesado na cintura dela.
Queixo apoiado no ombro nu dela.
E aquele maldito olhar.
O olhar de quem quer repetir tudo.
E destruir mais um pouco.
Ela abre um olho.
Vira devagar.
Cara de plena.
Soberba.
Deusa.
â TĂĄ me olhando por quĂȘ? â solta, voz rouca, meio rindo.
â Quer cobrar taxa de permanĂȘncia?
Ele aperta mais a cintura dela.
Sobe a mão, puxa o cabelo devagar, até el