Jogo proibido: O amor que quebra regras (No jogo entre desejo e poder... ela fazia as leis.) Lívia Montecchia é tudo o que um homem como Heitor Castellan deveria evitar. Gerente geral da maior agência do país, respeitada, temida e inegavelmente desejada, ela não se curva. Não joga para agradar. E jamais aceita menos do que merece. Heitor, CEO do Grupo Castellan, acostumado a dominar salas de reunião e corações inseguros, vê seu império interno ruir quando cruza o olhar firme e afiado de Lívia. O que começa com uma apresentação impecável e uma troca de provocações profissionais, rapidamente se transforma em um duelo de egos, desejo e palavras carregadas de tensão. Entre mensagens ousadas, encontros secretos e um passado que insiste em interferir, Lívia desafia todas as regras... inclusive as do próprio coração. E Heitor, o homem que nunca se permitiu dobrar, verá o chão desaparecer quando ela o fizer rastejar. Essa não é apenas uma história de amor. É sobre controle, entrega, vulnerabilidade e poder. Porque há mulheres que se apaixonam. E há mulheres que fazem os homens implorarem por mais. Lívia Montecchia é uma quebradora de regras. E esse é o jogo mais perigoso da vida deles.
Ler maisO Encontro com o Castellan
A manhã amanheceu clara e quente em São Paulo, como se o céu tivesse escolhido iluminar especialmente aquele dia. Do 22º andar do prédio corporativo do banco, Lívia Montecchia observava a cidade pulsar sob seus pés. Carros apressados, pedestres apáticos e um mundo girando em velocidade máxima. Lá dentro, porém, tudo parecia desacelerar. Seu coração, especialmente, batia em um compasso mais forte.
Acabara de ser promovida ao cargo de gerente geral na maior agência do maior banco do país. Era um feito e tanto. Aos 37 anos, depois de uma trajetória impecável, formada em Administração de Empresas, fluente em três idiomas e com todos os cursos executivos possíveis na bagagem, Lívia não era apenas competente — era admirada, temida e respeitada no mercado.
Ainda assim, aquele dia mexia com seus nervos. Havia uma razão especial: sua primeira apresentação formal ao maior cliente da agência — e, quem sabe, o mais exigente também. O Grupo Castellan, uma potência do ramo financeiro e patrimonial, dono de cifras bilionárias e de uma postura estratégica que fazia qualquer gerente de banco suar frio. E Lívia não era exceção.
Vestia um conjunto de alfaiataria azul petróleo, elegante sem ser óbvio, e sapatos nude de salto médio. Os cabelos castanhos, presos em um coque baixo impecável, revelavam os traços delicados de seu rosto, suavizados por uma maquiagem sóbria. Nada chamava atenção em excesso, mas tudo exalava poder.
Sentada à mesa da sala de reuniões panorâmica, conferia os últimos detalhes da apresentação. Estudara os números do Castellan até o limite. Sabia cada dado da holding, cada movimento dos últimos balanços, conhecia as subsidiárias, os investimentos e os riscos — inclusive os ocultos. Tinha certeza de que poucos sabiam tanto quanto ela sobre o conglomerado naquele momento.
Um leve toque à porta interrompeu seus pensamentos. Um assistente anunciou a chegada dos representantes do grupo. Lívia respirou fundo, ergueu-se com firmeza e caminhou até a entrada. Estava pronta.
Dois homens entraram. Um deles, mais velho, de cabelos grisalhos e expressão amigável, era o diretor financeiro, Sr. Alcântara. O outro, mais jovem, exalava autoconfiança. Alto, moreno, terno escuro sob medida, olhar firme. A pasta de couro nas mãos parecia parte de seu corpo. Ele não precisou dizer o nome. Lívia sabia. Heitor Castellan, o CEO do grupo. O herdeiro direto do império. E, de certo modo, o verdadeiro desafio.
— Senhor Castellan, senhor Alcântara — ela os cumprimentou com voz firme e tom cordial. — É uma honra recebê-los.
Heitor retribuiu o aperto de mão com uma leve curvatura de cabeça, sem sorrir. Seus olhos a fitaram com intensidade por um segundo a mais do que o protocolo exigia. Lívia percebeu, mas não recuou.
— Doutora Lívia Montecchia — ele disse, com a voz grave e controlada. — Já ouvi falar muito da sua competência.
— Espero que apenas coisas boas — respondeu, mantendo o profissionalismo, mas com um leve brilho nos olhos.
Ele sorriu, discreto. Um sorriso contido, de quem sabe exatamente o que está fazendo.
A reunião se desenrolou com fluidez. Lívia apresentou projeções, estratégias, soluções de investimento personalizadas. Discorreu sobre câmbio, fundos exclusivos, reorganização de dívidas internacionais. A cada argumento, Heitor observava em silêncio. Analisava. Testava. E, em determinados momentos, provocava com perguntas afiadas, como quem tenta medir não apenas a inteligência, mas a firmeza de quem está à frente.
Lívia respondeu a todas. Sem hesitar.
Ao final da reunião, Sr. Alcântara fez um leve aceno de aprovação e recolheu seus documentos.
— A proposta é robusta. Vamos analisá-la com atenção — ele comentou.
Heitor, por sua vez, permaneceu em silêncio por alguns instantes. Depois, ergueu-se, ajeitou o paletó e disse:
— Gosto de pessoas que não gaguejam diante de números, doutora Montecchia. Gosto mais ainda de quem não treme diante de mim.
Ela arqueou uma sobrancelha, um gesto sutil que dizia mais do que mil palavras.
— Se há algo que eu não faço, senhor Castellan, é tremer diante de desafios.
Por um instante, o ar entre eles pareceu se modificar. Uma tensão invisível se formou. Não era hostilidade. Era algo mais denso, mais complexo — talvez respeito. Ou um tipo de reconhecimento silencioso que só duas forças opostas, mas complementares, conseguem despertar.
Heitor estendeu a mão novamente, agora com mais firmeza.
— Bem-vinda ao jogo.
E saiu, sem olhar para trás.
Lívia permaneceu por alguns segundos sozinha na sala, o coração ainda em ritmo acelerado. Sabia que havia entrado em uma nova fase. E que Heitor Castellan seria mais do que apenas um cliente. Ele era, sem dúvida, o começo de algo que ela ainda não compreendia por completo.
Mas sentia. Em cada célula do seu corpo.
Sob as minhas regras: Epílogo Narrado por Lívia, Cecília, Heitor e Felipe Lívia Se me perguntassem, lá atrás, no meio da minha jornada profissional, se um dia eu escreveria livros infantis, lideraria um projeto social e viveria com a alma tranquila, eu teria rido. Daquelas risadas cínicas, de mulher que está sempre no controle, sempre à frente. Mas a verdade é que a vida tem um jeito curioso de colocar a gente no lugar certo, com as pessoas certas, no tempo certo. Hoje, o Projeto Raízes está entre os três programas de formação mais influentes do país. Nosso livro infantil foi adotado por mais de cem escolas. E nossos filhos crescem cercados de histórias, de possibilidades e de amor. Estou sentada na varanda da nossa casa em Alphaville, com Lara cochilando no meu colo e Caio desenhando na mesinha ao lado. Heitor está na cozinha, preparando o jantar preferido das crianças: lasanha e suco de uva natural. Ele canta baixinho, e de vez em quando, me lança um olhar que diz: ainda sou s
Entre páginas e promessas Narrado por todos eles Lívia Nunca pensei que ver meu nome na capa de um livro infantil fosse me emocionar mais do que qualquer reunião de diretoria ou meta batida no banco. Mas quando abri a caixa com os exemplares impressos de "As Aventuras de Caio e Lara – A Jornada dos Dois Corações", chorei como se fosse meu primeiro projeto na vida. Porque era. Pelo menos, o primeiro que nasceu do lugar mais puro: o amor pelos meus filhos. A vontade de eternizar momentos. E de mostrar para outras crianças que cada família carrega sua própria história mágica. O evento de encerramento do Projeto Raízes foi organizado em parceria com a nossa empresa e contou com estandes, apresentações, música, e claro — um cantinho especial para o lançamento do livro. E foi ali, naquele espaço com almofadas, balões coloridos e cartazes desenhados pelas próprias crianças do projeto, que tudo fez sentido. Vi Caio autografar um exemplar para uma menininha do interior com a mesma conce
O tempo e os nossos frutosNarrado por Felipe CastilhoÀs vezes eu paro, olho ao redor, e fico em silêncio só pra ver se escuto aquele eco da minha juventude — o cara impaciente, workaholic, sempre com um copo de uísque e um ego que ocupava mais espaço do que deveria. Mas ele não responde mais.Talvez porque, com o tempo, a gente aprende a ouvir mais o coração do que o aplauso. E o meu coração, hoje, bate por tudo o que construí com a Cecília. Pela Luiza, que faz meu mundo girar com um “papai” manhoso. E por esse bebê que ainda nem nasceu, mas já toma conta do meu pensamento.Hoje o céu está claro, o ar tem cheiro de grama molhada e tinta infantil — herança do dia anterior, em que nossas crianças transformaram o quintal numa obra de arte viva. Luiza está com os gêmeos na varanda, cada um com um pincel e um balde de tinta lavável. A babá tenta impedir que pintem os próprios rostos. Fracassa. E, sinceramente, nem tento ajudar. Acho que crescer feliz é mais importante do que estar limpo.
Capítulo 147 – Tudo aquilo que me tornei Narrado por Cecília Se alguém me dissesse, há sete anos, que eu estaria aqui — em Alphaville, com uma filha de três anos, grávida novamente e vivendo um casamento tranquilo com Felipe Castilho — eu teria rido. Um riso sarcástico, debochado, como era meu estilo. Porque durante muito tempo, eu simplesmente não acreditava que sossego também podia ser felicidade. Mas aqui estou. E a parte mais curiosa é que eu não precisei abrir mão de mim para isso acontecer. Pelo contrário. Ser mãe me fez mais mulher. Ser esposa de um homem como Felipe, que me desafia, me admira e me provoca, me fez mais corajosa. E ter ao meu lado uma amiga como Lívia... ah, essa mulher... me fez crer que o amor entre mulheres é um dos laços mais revolucionários que existem. Hoje estou com os pés mergulhados na grama do nosso jardim, observando Luiza pintar uma casinha de papelão ao lado dos gêmeos. Felipe está conversando com investidores do projeto, mas de olho nel
Capítulo 146 – Tudo que é meu Narrado por Heitor A gente já está de volta ao Brasil há alguns anos, mas às vezes ainda me pego olhando ao redor como se tivesse acabado de chegar. Não por estranhamento. Pelo contrário. É que a sensação de recomeço ainda pulsa aqui dentro. Cada canto dessa casa carrega uma memória. O primeiro aniversário dos gêmeos, as risadas de Luiza invadindo a cozinha, o susto com a primeira febre alta, os planos noturnos na varanda, os rascunhos do livro infantil da Lívia deixados por toda parte… e o cheiro dela. Sempre o cheiro dela misturado ao cheiro de lar. Hoje é um dia especial. Não de chegada, mas de conquista. Estamos celebrando cinco anos do Projeto Raízes. Cinco anos desde que Lívia e Cecília decidiram que podiam — e deviam — fazer mais. O jardim da casa está decorado com simplicidade e elegância. As crianças correm entre os convidados, vestidas com camisas personalizadas do projeto, enquanto adolescentes — agora quase adultos — se revezam no m
Vidas entrelaçadas Narrado por Lívia Parece que foi ontem. Eu ainda lembro da primeira vez que vi Heitor. Era um daqueles dias comuns em que a gente só quer cumprir a agenda e ir embora. Mas então ele apareceu, com aquela aura de poder, olhos duros, boca tensa... e mesmo sem perceber, eu travei. Não pelo homem em si. Mas pelo que ele despertou. Um alerta. Um chamado. Uma vontade absurda de quebrar as próprias regras. E agora, estou aqui. Anos depois, observando nossos filhos correndo pelo jardim da nossa casa em Alphaville. Cecília rindo ao lado de Felipe, barrigudinha de novo, segurando Luiza pela mão. Os avós emocionados organizando uma festa de boas-vindas para os gêmeos, como se o retorno ao Brasil fosse um renascimento. E, de certa forma, foi. O tempo passou num piscar de olhos. Mas cada segundo valeu. Até os mais doloridos. Heitor veio por trás de mim, passando os braços ao redor da minha cintura enquanto eu encarava o jardim pela janela. — No que você tanto pen
Último capítulo