Em um casamento arranjado por um contrato familiar, Paul Evans e Catarina Smith vivem uma farsa há cinco anos. Para o mundo, eles formam o casal perfeito e invejado, mas a portas fechadas, Paul é um homem frio, cruel e implacável, que culpa Catarina por todos os seus infortúnios. Cansada de lutar por um amor que nunca foi correspondido, Catarina, que um dia se casou por paixão, decide colocar um fim nessa união desgastada. Porém, uma reviravolta inesperada acontece e a dinâmica do casal muda completamente. Paul, que sempre foi motivado pela vingança, se vê em uma encruzilhada: ele precisa confrontar o ódio que nutre por Catarina e o amor proibido que sente por ela. Nessa trama cheia de paixão e conflitos, Paul se debate entre o desejo de vingança e o amor avassalador pela mulher que ele insiste em ver como sua ruína.
Ler maisO Relatório: O Preço do SilêncioPaul Evans Um mês se passou desde a explosão na Mansão Evans. Um mês de calma artificial. Estava no meu escritório, envolto na rotina que me ancorava. Catarina estava no atelier, onde o sucesso do desfile em Paris a tinha tornado incrivelmente requisitada. Eu, por minha vez, trabalhava para reestruturar a empresa dos seus irmãos, um foco que mantinha minha mente afastada do inferno familiar.A tranquilidade era excessiva.Tereza, graças a Deus, estava internada, sob os cuidados do marido Almir. Eu tinha me afastado totalmente daquela dinâmica tóxica, um corte cirúrgico necessário para a minha sanidade e a do meu casamento.Minha madrasta, Jussara, estava quieta demais, o que me incomodava profundamente. A fera ferida sempre é a mais perigosa.Meu pai, Igor, ligava todo santo dia, com a mesma ladainha: "Paulo, podemos conversar?", "Preciso te ver", "Venha até a empresa." Ele vinha, tentava me procurar, mas eu sempre estava "ocupado" e em "reunião". Não
A Promessa e a Dúvida Catarina Evans Acomodei Carla no quarto de hóspedes, garantindo que ela tivesse tudo de que precisava. O quarto era arejado e silencioso, um refúgio de paz em contraste com o caos que ela havia deixado para trás. Coloquei um roupão macio na cama e acendi a lareira a gás, dando ao ambiente um calor instantâneo. — Carla, você não precisa se preocupar com absolutamente nada aqui — eu disse, sentando-me na beirada da cama. — Jussara não pode atacar você. Ela não pode nem passar do portão. Esta casa é uma fortaleza, e você é nossa convidada. Eu olhei diretamente para ela, querendo que a informação se fixasse. — Você é de maior. Legalmente, eles não podem forçar você a se casar por causa de status ou nome. O Paul e eu vamos garantir que você tenha todas as ferramentas para se defender legalmente, se for necessário. Carla assentiu, um alívio lento substituindo a tensão em seus ombros. — Obrigada, Catarina. De verdade. Eu... eu não sabia para onde ir. — É par
O Resgate de Carla e o Medo Frio Catarina Evans Carla veio correndo, um vulto assustado que se escondeu atrás de mim. Seu corpo tremia. Eu a envolvi, sentindo a fragilidade daquela menina que Paul lutava para proteger. Jussara a fitava com um olhar de pura traição, como se o conforto que eu oferecia fosse um insulto pessoal. Eu observei a cena: Paul, implacável, cortando o cordão umbilical financeiro que os prendia. Igor, murchou na poltrona, o choque da perda do dinheiro superando o choque da fúria. E Jussara, desmascarada, o medo e a ganância lutando em seu rosto. — Você não vai ajudar a sua própria família? — A voz dela era um fio, a ficha caindo. A essa altura, eu estava menos preocupada com a briga de dinheiro e mais com o veneno que escorria da boca de Jussara. Ela atacava Paul, atacava a memória da mãe dele e tentava me atingir com a acusação de que eu havia "feito a cabeça" dele. — Essa mulher que tem feito sua cabeça! — ela esbravejou, olhando para mim com desprezo.
O Ponto de Ruptura na Mansão EvansPaul Evans O desfile de Catarina foi um triunfo absoluto em Paris. Voltamos para casa, não apenas casados, mas aliados inquebráveis. A alegria, contudo, desmoronou na porta da Mansão Evans. Eles tinham que insistir em me trazer para os seus problemas. Uma visita que não precisava ser às pressas, uma formalidade que se tornou um fardo insuportável desde que o meu casamento se tornou real.Catarina estava ao meu lado, impecável no seu terno de viagem, a minha rainha, agora enfrentando a realeza podre da minha família.Entramos na sala de estar, um cenário de mármore frio e herança pesada, onde eu cresci. O ar estava denso, não com o cheiro de flores, mas com a tensão familiar.Lá estava ela: Jussara Evans, minha madrasta, sentada no sofá, com aquele sorriso de cínica superioridade.eu tinha certeza absoluta que ela estava possessa, Jussara odiava que as pessoas fossem mais felizes que ela, agora eu via isso com clareza.— Paul, que bom que voltaram
A Última Luz na Torre EiffelCatarina Evans Eu estava aninhada no braço de Paul, o vento frio da Torre Eiffel me chicoteando, mas eu não sentia o frio. Eu sentia calor. O calor do sucesso, o calor de Paul, o calor daquela cidade imensa e luminosa. O ruído lá embaixo, o murmúrio da vida parisiense parecia vir de um mundo distante.- Ainda estou processando o que aconteceu. - Eu confessei, minha voz falhando um pouco. O cansaço era real, o tipo que só vem depois de entregar a alma. - Paris. Metamorfose da Luz... Eles amaram, Paul. Eu senti que eles amaram de verdade.Já estavamos em Paris por duas semanas a mais, as vendas estavam indo bem, tive alguns compromissos extras em Paris. Meus irmãos concordaram que Paul poderia ficar mais um pouco comigo. Já que era raro nós dois viajarmos.Ele me apertou contra ele. Eu amava o cheiro dele familiar, seguro.- Amaram é pouco. - Ele corrigiu, e a convicção em sua voz me acalmou mais do que qualquer crítica positiva. - Você fez a moda parecer
Metamorfose da Luz O Desfile de Catarina Smith em Paris Catarina Smith Eu estava ali, respirando a história, o peso e a glória do Carreau du Temple em Paris. Monsieur Dubois havia me lançado o desafio, e minha mente, febril de ideias, havia respondido com a promessa da "Metamorfose da Luz". Agora, era hora de entregar não só a visão, mas a alma da minha marca. Lá fora, os convidados estavam sentados. A imprensa estava faminta. Eu podia sentir a expectativa, mas, diferente do backstage de casa, aqui eu estava em paz. Sabia exatamente o que faria. O silêncio na sala foi quebrado pela abertura suave de "Clair de Lune" de Debussy. Não era uma batida frenética; era a calma que precede a tempestade, ou melhor, a transformação. A primeira modelo entrou. A passarela, que havíamos coberto com um material refletor, parecia um lago sereno. O tecido... ah, o tecido! Ela vestia um vestido-casulo de um tom de lavanda pálida. Eu havia usado uma fibra orgânica reciclada, tratada com um revest
Último capítulo