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Capítulo 5 – Entre Palavras e Pecados

Entre Palavras e Pecados

  [Mensagem – 23h07 | De: Lívia Montecchia]

  “Gostaria de saber se a impressão que deixei foi apenas profissional… ou se tocou em outro ponto.”

  [Ligação recebida – 23h12 | Heitor Castellan]

  — Boa noite, doutora Montecchia.

  — Senhor Castellan. Esperava uma resposta escrita, não uma ligação.

  — Preferi ouvir a sua voz. Há perguntas que merecem mais... atenção.

  — Estou ouvindo.

  — A impressão que você deixou foi bem além do profissional.

  — Que bom saber. E qual exatamente foi essa impressão?

  — De que você é instigante. Que me desafia sem dizer uma palavra.

  — Eu só disse o necessário.

  — E isso me fez imaginar o resto.

  — Imaginar o quê, Heitor?

  — Sua boca próxima à minha. Sua respiração quente. Seu corpo colado no meu, sussurrando que vai acabar com minha sanidade.

  — Você quer perder o controle?

  — Quero perder o controle em você.

  (pausa tensa)

  — Está sozinha, Montecchia?

  — Estou. No meu quarto. Luz baixa. Taça de vinho ao lado. E nua por baixo da camisola.

  — Está jogando comigo?

  — Estou provocando. É diferente.

  — O que está sentindo agora?

  — Meu corpo está quente. Meus mamilos estão duros, meus lábios entreabertos.

  — E entre suas pernas?

  — Molhada. Desde que atendi.

  — Tira a camisola.

  — Sim, senhor Castellan.

  (barulho suave de tecido)

  — Quero detalhes.

  — Estou deitada. Pernas abertas. Dedos deslizando lentamente. Você está na minha cabeça.

  — E o que quer que eu faça com você?

  — Quero sua língua me torturando devagar. Primeiro na parte interna da coxa. Depois em cima da minha vontade.

  — E depois?

  — Depois quero seu dedo me provocando até eu gemer seu nome. E quando eu estiver implorando, você vai entrar em mim. Com força.

  — Você quer ser minha.

  — Já sou. Só não usei seu sobrenome ainda.

  — Diga mais. O que faria comigo se estivesse aqui agora?

  — Eu te empurraria contra a parede do meu quarto.

  — Iria me dominar?

  — Primeiro, sim. Tiraria sua camisa com a boca, enquanto te olhava nos olhos. Lambria seu peitoral devagar. Passaria a língua no seu pescoço só pra te arrepiar.

  — Isso é tortura.

  — Eu desceria ajoelhada, beijando sua barriga até chegar ao seu pau. Colocaria na boca e me perderia no seu gosto. Sem pressa. Sem pudor.

  — Você gosta de provocar, não é?

  — Gosto de sentir um homem gemendo por mim. E quero ouvir você gemer. Quero te ver sem controle, sem fala.

  — Você me deixaria louco.

  — Quero sua mão entre meus cabelos, me guiando. Quero engasgar no seu prazer.

  — Montecchia...

  — Sim?

  — Eu te jogaria na cama depois disso. Deixaria você de bruços, seguraria sua cintura e te tomaria como se não houvesse amanhã.

  — Eu gritaria seu nome.

  — Você imploraria por mais.

  — Eu deixaria você marcar minhas costas com suas unhas.

  — E eu acabaria dentro de você, depois de te fazer gozar duas vezes.

  — Eu estou tão molhada, Heitor...

  — Se toque pra mim.

  — Me imagina com os dedos dentro de mim.

  — Dois. Bem fundo.

  — Aaaah...

  — Isso. Goza pra mim.

  — Não para... mais forte...

  — Goza, Montecchia. Agora.

  — Haaah... Heitor... porra...

  (respirações aceleradas dos dois)

  — Você me venceu nessa jogada.

  — E você me deixou com fome.

  — Vai me deixar dormir agora?

  — Não.

  — O que mais você quer ouvir?

  — Me diz o que pensa quando fecha os olhos.

  — Penso em você de terno, me esperando no fim do expediente.

  — E o que acontece depois?

  — Você me leva pra sua sala. Fecha a porta. Me encosta na parede. E enfia os dedos por baixo da minha calcinha.

  — Qual cor?

  — Preta. Renda fina. Molhada.

  — Você geme na minha orelha?

  — Eu gemo seu nome.

  — Quero você de quatro na minha mesa, Montecchia. De salto. Só de salto.

  — E eu quero você segurando meu cabelo enquanto me fode devagar.

  — E depois rápido.

  — E depois forte.

  — E depois dentro.

  — Me promete isso?

  — Prometo te fazer esquecer qualquer outro homem que já passou pela sua cama.

  — Você já apagou todos com essa ligação.

  — Quero ver isso nos seus olhos quando estiver com a minha boca entre suas pernas.

  — Você me quer, Heitor?

  — Eu te quero como um vício. E não pretendo me curar.

  [Ligação encerrada – 23h43]

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