Entre Palavras e Pecados
[Mensagem – 23h07 | De: Lívia Montecchia]
“Gostaria de saber se a impressão que deixei foi apenas profissional… ou se tocou em outro ponto.”
[Ligação recebida – 23h12 | Heitor Castellan]
— Boa noite, doutora Montecchia.
— Senhor Castellan. Esperava uma resposta escrita, não uma ligação.
— Preferi ouvir a sua voz. Há perguntas que merecem mais... atenção.
— Estou ouvindo.
— A impressão que você deixou foi bem além do profissional.
— Que bom saber. E qual exatamente foi essa impressão?
— De que você é instigante. Que me desafia sem dizer uma palavra.
— Eu só disse o necessário.
— E isso me fez imaginar o resto.
— Imaginar o quê, Heitor?
— Sua boca próxima à minha. Sua respiração quente. Seu corpo colado no meu, sussurrando que vai acabar com minha sanidade.
— Você quer perder o controle?
— Quero perder o controle em você.
(pausa tensa)
— Está sozinha, Montecchia?
— Estou. No meu quarto. Luz baixa. Taça de vinho ao lado. E nua por baixo da camisola.
— Está jogando comigo?
— Estou provocando. É diferente.
— O que está sentindo agora?
— Meu corpo está quente. Meus mamilos estão duros, meus lábios entreabertos.
— E entre suas pernas?
— Molhada. Desde que atendi.
— Tira a camisola.
— Sim, senhor Castellan.
(barulho suave de tecido)
— Quero detalhes.
— Estou deitada. Pernas abertas. Dedos deslizando lentamente. Você está na minha cabeça.
— E o que quer que eu faça com você?
— Quero sua língua me torturando devagar. Primeiro na parte interna da coxa. Depois em cima da minha vontade.
— E depois?
— Depois quero seu dedo me provocando até eu gemer seu nome. E quando eu estiver implorando, você vai entrar em mim. Com força.
— Você quer ser minha.
— Já sou. Só não usei seu sobrenome ainda.
— Diga mais. O que faria comigo se estivesse aqui agora?
— Eu te empurraria contra a parede do meu quarto.
— Iria me dominar?
— Primeiro, sim. Tiraria sua camisa com a boca, enquanto te olhava nos olhos. Lambria seu peitoral devagar. Passaria a língua no seu pescoço só pra te arrepiar.
— Isso é tortura.
— Eu desceria ajoelhada, beijando sua barriga até chegar ao seu pau. Colocaria na boca e me perderia no seu gosto. Sem pressa. Sem pudor.
— Você gosta de provocar, não é?
— Gosto de sentir um homem gemendo por mim. E quero ouvir você gemer. Quero te ver sem controle, sem fala.
— Você me deixaria louco.
— Quero sua mão entre meus cabelos, me guiando. Quero engasgar no seu prazer.
— Montecchia...
— Sim?
— Eu te jogaria na cama depois disso. Deixaria você de bruços, seguraria sua cintura e te tomaria como se não houvesse amanhã.
— Eu gritaria seu nome.
— Você imploraria por mais.
— Eu deixaria você marcar minhas costas com suas unhas.
— E eu acabaria dentro de você, depois de te fazer gozar duas vezes.
— Eu estou tão molhada, Heitor...
— Se toque pra mim.
— Me imagina com os dedos dentro de mim.
— Dois. Bem fundo.
— Aaaah...
— Isso. Goza pra mim.
— Não para... mais forte...
— Goza, Montecchia. Agora.
— Haaah... Heitor... porra...
(respirações aceleradas dos dois)
— Você me venceu nessa jogada.
— E você me deixou com fome.
— Vai me deixar dormir agora?
— Não.
— O que mais você quer ouvir?
— Me diz o que pensa quando fecha os olhos.
— Penso em você de terno, me esperando no fim do expediente.
— E o que acontece depois?
— Você me leva pra sua sala. Fecha a porta. Me encosta na parede. E enfia os dedos por baixo da minha calcinha.
— Qual cor?
— Preta. Renda fina. Molhada.
— Você geme na minha orelha?
— Eu gemo seu nome.
— Quero você de quatro na minha mesa, Montecchia. De salto. Só de salto.
— E eu quero você segurando meu cabelo enquanto me fode devagar.
— E depois rápido.
— E depois forte.
— E depois dentro.
— Me promete isso?
— Prometo te fazer esquecer qualquer outro homem que já passou pela sua cama.
— Você já apagou todos com essa ligação.
— Quero ver isso nos seus olhos quando estiver com a minha boca entre suas pernas.
— Você me quer, Heitor?
— Eu te quero como um vício. E não pretendo me curar.
[Ligação encerrada – 23h43]