139. Cartas de saudade

Na manhã cinzenta de uma terça-feira chuvosa em Medellín, Isabela acordou com o som de notificações consecutivas no tablet. O fuso horário, que antes era apenas uma diferença logística, agora se manifestava como uma sensação contínua de estar sempre um passo atrás — e ainda assim, sempre sendo esperada.

Vestiu-se com calma, prendeu os cabelos em um coque solto e se dirigiu à pequena mesa do quarto do hotel, onde havia improvisado seu escritório pessoal. O aroma do café colombiano invadiava o ambiente. Ao abrir a caixa de entrada do e-mail, notou algo incomum: o número de mensagens não era apenas grande, era íntimo.

Assunto: “Uma pergunta pessoal…”

Assunto: “Você ainda nos guia?”

Assunto: “Saudades de você, Isa.”

As remetentes não eram líderes nem coordenadores. Eram voluntárias. Algumas com quem ela havia compartilhado tardes inteiras no galpão da ONG em São Paulo. Outras, que haviam migrado para outras cidades ou países, agora escreviam não como colaboradoras, mas como mulheres
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