Criada como serva em um vilarejo comandado por famílias ricas e arrogantes, Lara sempre soube que não pertencia àquele lugar — não apenas pelos maus-tratos que sofria por sua beleza incomum, mas pelos sonhos estranhos e fragmentados de um passado que não consegue lembrar. Naquela vila escondida entre florestas densas, o medo e a convivência silenciosa com a temida matilha de lobisomens é a única regra que mantém a paz. Mas tudo muda na noite em que os olhos de Lara cruzam com os do alfa Jhon, o líder da alcateia. Um desejo feroz e inexplicável surge entre os dois, desafiando séculos de equilíbrio e despertando segredos que estavam adormecidos... até agora. Quando o passado oculto de Lara começa a emergir, ela perceberá que sua ligação com a matilha é muito mais profunda — e perigosa — do que imaginava.
Leer másGemi baixo, sem controle. Era como se meu corpo respondesse a um chamado antigo, algo primal e arrebatador. Foi o suficiente para que Jhon assumisse o comando. Suas mãos me seguraram com mais firmeza, mas havia uma delicadeza escondida em cada toque. Ele se dedicou aos meus seios com uma devoção lenta, quase torturante, alternando beijos e carícias que me faziam estremecer. Sua boca era uma promessa ardente, seus lábios explorando cada detalhe meu com fome e reverência. Sua presença me cercava. Eu sentia minhas pernas cederem, e entre elas... era como se o próprio fogo tivesse se acendido. Jhon interrompeu o beijo apenas para subir sua mão até minha nuca. Seus dedos se entrelaçaram nos meus cabelos, puxando de leve, controlando minha atenção. Arfei com o gesto e fechei os olhos. Então ele se aproximou, sussurrando rouco ao meu ouvido: — Seu cheiro... é o melhor aroma que já senti. Posso sentir seu desejo. Está me enlouquecendo. O calor de suas palavras se espalhou como um raio pe
Mika me bombardeava com perguntas. Palavras vinham e iam, mas eu mal conseguia me concentrar nelas. Minha mente estava em outro lugar. Ou melhor, em outro corpo. Sentia os olhos dele em mim, mesmo à distância. Era como se me tocasse sem levantar um dedo. Meus pelos se arrepiavam como se fossem guiados por sua respiração, meus lábios secos ansiavam por sua boca. Era insano. Era viciante. Mika insistiu de novo: — Lara... eu achei que você fosse virgem. Arregalei os olhos e senti o sangue subir pelo meu rosto como uma chama. Sabia que lobos e vampiros podiam ouvir até o sussurro de um pensamento. Senti o calor me queimar o rosto, o pescoço, a vergonha escorrendo por mim. — Mika... — murmurei, sem saber o que dizer. Ela sorriu, deu de ombros com naturalidade. — Desculpa, às vezes esqueço. Como se fosse algo comum ler minha alma. Como se eu não estivesse desmoronando por dentro. Com o tempo, nos misturamos à festa. Comecei a relaxar, a sorrir. Mulh
Não o tinha visto ainda. Mas meu corpo... já sabia. Antes mesmo de meu olhar alcançar o dele, um calor morno e denso percorreu minhas pernas, subiu pelas coxas, arrepiou a pele do meu ventre e pressionou meu peito num suspiro contido. Era como se mãos invisíveis me tocassem — não com delicadeza, mas com domínio. Virei o rosto, sentindo meu coração errar o ritmo, e então... Ali estava ele. O lobo. O homem que havia vivido em meus sonhos como um vulto. Que minha mente ainda tentava esquecer, mas meu corpo, meu instinto... jamais deixaria. Jhon. Seus olhos me encaravam como se eu fosse uma miragem. Como se ele também me reconhecesse. Como se ver meu rosto ali, em meio àquela festa, fosse uma afronta ao que ele achava impossível. Tudo ao redor desapareceu. O salão, as vozes, o cheiro de vinho e sangue — tudo se apagou, até sobrar apenas o som da minha própria respiração pesada e o latejar entre minhas pernas. A voz de Mika me alcançou de algum lugar distante: — Que
Lara Mika havia sumido após me deixar no quarto. Não queria ficar sozinha — não depois de tudo —, mas preferi acreditar que ela e Demétrio tinham ido… aproveitar a privacidade. Suas mãos em lugares indevidos e beijos longos precisavam de espaço. O quarto onde me colocaram era como o de uma princesa. As cortinas longas de veludo, o belo jogo de cama bordado à mão, o guarda-roupa de madeira escura talhada e uma penteadeira diante de um espelho imenso e limpo como cristal. Havia uma lareira acesa, deixando o quarto aquecido de um jeito reconfortante. Nem mesmo os Carson tinham esse tipo de luxo — e eles se achavam a elite do mundo. Me deitei sobre os lençóis macios, a textura era diferente de tudo que já havia sentido… e adormeci. Quando despertei, o quarto estava mais escuro e uma luz suave da lareira dançava nas paredes. Mika estava ao meu lado, me chamando com urgência: — Lara, precisamos nos arrumar para o banquete. Acordei ainda entre o sono e a realidade, piscando devag
Damon A cena à minha frente parece irreal. Desde que retornamos, temos evitado o convívio, mantendo-nos na penumbra de nossos próprios fantasmas. Não estávamos prontos para socializar — e, sinceramente, sequer desejávamos isso. Mas hoje, Demétrio insistiu num banquete. Um capricho, talvez. Ou uma tentativa desesperada de afogar a dor que o dilacera desde a última névoa. Belas jovens nos cercavam, entregues em êxtase. O sangue fluía direto de seus pescoços, mornos e doces, mas sem graça. O sabor da dor não me embriagava mais. Nada me embriagava mais. Foi então que um dos soldados entrou — insolente, como sempre — e anunciou com falsa glória: — Achei uma nova filha da noite… e ela trouxe consigo uma humana… linda, meu rei. Revirei os olhos. Não estou pronto para mais uma dessas celebrações animalescas. Não quero carne nova, nem corpos trêmulos de desejo. Quero silêncio. Mas então… A porta se abriu. E ela entrou. A garota da gruta. Seu cheiro me atingiu como um tapa —
Mika Já faziam três dias. Três longos dias seguindo migalhas de cheiro, pistas deixadas ao acaso, pegadas tão tênues quanto a bruma que rondava a floresta. O rastro estava sumindo. E com ele, minha confiança. Senti meu peito apertar. Olhei para Lara. Ela caminhava firme, cabeça erguida, olhos atentos. Mas eu conseguia sentir — sob a máscara de determinação — o cansaço, a preocupação, o peso de tudo o que deixamos para trás. E então aconteceu. Foi como um tapa invisível. O cheiro me atingiu como um soco no estômago: denso, potente, selvagem. A energia no ar mudou. Eles estavam perto. Muito perto. Senti meus sentidos se acenderem como lâmpadas. Cada partícula do ar me entregava informações. Sete presenças. Três poderosas. Uma… insuportavelmente familiar. Mas junto à excitação… veio o medo. Não por mim. Mas por Lara. Ela ainda era humana. Frágil. Vulnerável. E aos olhos deles… talvez nada mais que um cálice pronto a ser esvaziado. Parei. — La
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