Estamos na Corte.
Luxuosa. Imponente.
Repleta de excessos e beleza.
Humanos se espalham por entre nossas colunas de mármore negro e cortinas de veludo vermelho.
Alguns estão aqui por prazer, outros por vício.
Alguns se oferecem de corpo e alma por uma única noite conosco.
Outros sonham em nunca mais morrer.
Beijo e gemidos os rodeiam, seus corpos totalmente sem pudor eles querem mais.
E eu?
Eu estou satisfeito.
Minha taça de cristal repousa em meus dedos.
O vinho é sangue de um artista da capital. Jovem. Inspirado.
Adocicado pela emoção da criação.
É então que sinto.
Uma energia diferente...
Densa. Ancestral.
Não é magia de bruxas, não é o poder dos lobos.
É... algo novo. Algo antigo.
A névoa lilás começa a rastejar pelo chão da Corte.
Lenta.
Fria.
Elegante como uma serpente sagrada.
Os convidados humanos não percebem.
Meus soldados param.
Meus generais paralisam.
Todos sentem.
Ninguém se move.
A névoa se ergue até a altura dos olhos.
Então... o silêncio.