Ainda pensava nele.
Entre o torpor do sono e a lembrança viva do seu toque, um arrepio percorreu minha espinha.
Abri os olhos — e não estava mais no meu quarto.
Um lugar escuro me envolvia. O chão era coberto por uma névoa roxa, quase lilás, que se movia lentamente, como se respirasse.
Havia uma calmaria ali.
Mas uma calmaria que carregava perigo.
E, estranhamente, eu não sentia medo.
Sentia conexão.
Ao fundo, vozes sussurravam. Palavras cruzadas, abafadas, como orações antigas.
— Eles estão finalizando...
— A maldição será quebrada...
— Eles vão voltar mais fortes. Mais brutais.
— Ela já está na idade...
— Deve despertar em breve...
— Precisamos encontrá-la...
Uma voz feminina se destacou entre as outras.
Tão familiar.
Mamãe?
E então, o pesadelo de sempre me envolveu.
Mas dessa vez… havia mais.
A pedra onde eu sempre me via presa — agora eu sabia o que era.
Um altar. Um ritual.
Chorava, presa, e olhava para a mulher diante de mim.
— Vai