Três anos.
Já se passaram três anos desde aquele dia na floresta.
Desde o toque que me incendiou.
Desde o olhar que me despiu por dentro.
Às vezes me pergunto se foi real ou apenas um delírio do desejo, um sonho esculpido pelos meus próprios instintos.
Mas meu corpo sabe a verdade.
Ele nunca esqueceu.
Todas as noites, ainda pulsa.
Como se aquele toque tivesse deixado marcas invisíveis.
Como se o desejo acordado naquele dia tivesse se enraizado em mim, me moldado.
Mas não foi só isso que mudou.
Naquele dia, Rebeca esperava ansiosamente pela chegada do tão sonhado Alfa Supremo. Queria se mostrar, ser notada, ser escolhida.
Ele não apareceu.
Nenhum lobo apareceu.
Na verdade, ninguém apareceu.
Só o silêncio.
E eu, mesmo tentando não parecer, saboreei cada segundo da raiva dela.
Foi como ver um castelo de expectativas desabar sobre sua própria arrogância.
Mas nos dias que seguiram, o clima no vilarejo mudou.
As fofocas começaram devagar.
Sussurros em tavernas, olhares