Meu lar.
Mika
Já faziam três dias.
Três longos dias seguindo migalhas de cheiro, pistas deixadas ao acaso, pegadas tão tênues quanto a bruma que rondava a floresta.
O rastro estava sumindo. E com ele, minha confiança.
Senti meu peito apertar.
Olhei para Lara.
Ela caminhava firme, cabeça erguida, olhos atentos.
Mas eu conseguia sentir — sob a máscara de determinação — o cansaço, a preocupação, o peso de tudo o que deixamos para trás.
E então aconteceu.
Foi como um tapa invisível.
O cheiro me atingiu como um soco no estômago: denso, potente, selvagem.
A energia no ar mudou.
Eles estavam perto.
Muito perto.
Senti meus sentidos se acenderem como lâmpadas. Cada partícula do ar me entregava informações.
Sete presenças. Três poderosas. Uma… insuportavelmente familiar.
Mas junto à excitação… veio o medo.
Não por mim.
Mas por Lara.
Ela ainda era humana.
Frágil. Vulnerável.
E aos olhos deles… talvez nada mais que um cálice pronto a ser esvaziado.
Parei.
— La