O sol invadia o quarto com delicadeza, como se soubesse que ali dentro havia algo sagrado. Helena despertou devagar, sentindo o calor do corpo de Arthur ao seu lado, o ritmo tranquilo da respiração dele, o silêncio confortável que envolvia os dois.
Ela não se mexeu. Queria guardar aquele instante. Queria congelar o tempo antes que o mundo voltasse a bater à porta.
A noite anterior havia sido mais do que entrega. Foi reconexão. Foi cura. Pela primeira vez, ela não se sentia em guerra com o próprio coração.
Arthur abriu os olhos e sorriu, ainda sonolento.
— Bom dia.
— Bom dia — ela respondeu, com a voz baixa.
— Dormiu bem?
— Dormi em paz. O que é diferente.
Ele se virou, apoiando o cotovelo no travesseiro.
— E agora?
Helena olhou para o teto por um momento.
— Agora... enfrentamos o amanhã.
Arthur se levantou, caminhando até a janela. O celular dele vibrava sobre a mesa. Mensagens. Chamadas. O mundo lá fora já estava em movimento.
— A imprensa está em cima da Imperium. Querem saber quem