A cidade lá fora parecia distante. As luzes, os ruídos, os compromissos — tudo havia ficado do lado de fora da porta do apartamento. Helena estava de pé na varanda, envolta por uma brisa morna, observando o céu escuro como se buscasse respostas nas estrelas.
Arthur surgiu atrás dela, silencioso, como sempre. Mas havia algo diferente em sua presença. Não era o CEO, nem o estrategista. Era o homem. O homem que havia enfrentado ameaças, que havia se exposto, que havia escolhido ficar.
— Está tudo quieto demais — disse ela, sem virar o rosto.
— Pela primeira vez, isso é bom — respondeu ele, encostando-se à parede.
Helena se virou devagar. Os olhos dele estavam fixos nela, mas sem urgência. Havia paciência ali. E desejo. Um desejo que não vinha da tensão, mas da conexão.
— Você está mesmo aqui? — perguntou ela, como se ainda duvidasse.
Arthur se aproximou, parando a poucos centímetros.
— Estou. E não vou a lugar nenhum.
Ela tocou o rosto dele com a ponta dos dedos, como quem testa a realid