O envelope estava sobre a mesa da cozinha já havia dois longos e esperados dias.
Rafael o olhava todas as manhãs, como se o papel pudesse falar sem que fosse aberto. Lívia respeitava o silêncio dele, mas a tensão e a ansiedade ficava ali, entre os copos, as colheres, entre as bagunças da mesa na cozinha. os olhares desviados. E os suspiros longos.
O teste de DNA havia chegado.
E ali estava a tão esperada verdade.
— Vai abrir hoje? — ela perguntou com delicadeza, enquanto Manu desenhava no chão da varanda com seus lápis coloridos.
Rafael assentiu.
— Preciso. Antes que o medo crie respostas piores do que a realidade. Então preciso enfrentar logo essa verdade.
Ele abriu o envelope com mãos trêmulas. Lívia ficou em pé, imóvel, apenas observando. O som do papel rasgando pareceu ecoar pela casa inteira.
Em uma breve pausa e um momento de hesitação Rafael respirou fundo e apenas continuou.
Os olhos de Rafael percorreram as linhas do laudo com lentidão. Quando chegou ao fim, baixou os braços