O céu estava limpo, azul como poucas vezes. A cidade inteira parecia em paz, mas o coração de Lívia batia inquieto. Ela passou a manhã observando Manu brincar no quintal com Sol, que se deitava preguiçoso sob o sol, como se entendesse que o silêncio dela escondia algo importante.
Na tarde anterior, ela havia respondido ao e-mail.
“Agradeço imensamente a oportunidade. Mas decidi permanecer. Meu trabalho, neste momento, é aqui.”
Foi difícil apertar “enviar”. Mas quando Manu correu e a abraçou pelas costas no mesmo instante, sorrindo sem saber o motivo, Lívia teve certeza: era aqui. Era com eles.
Ela havia escolhido o amor.
Agora, era hora de contar a Rafael.
Ele chegou no fim do dia, com o rosto dourado de sol e as mãos sujas de terra. Quando a viu esperando na varanda, parou. O olhar dele já lia os dela.
— Você decidiu — disse ele, sem que ela dissesse uma palavra.
Ela assentiu, o sorriso contido, emocionado.
— Eu escolhi você. Escolhi a gente. Escolhi o que faz meu coração bater devag